Afinidades (Emmanuel)

O homem permanece envolto em largo oceano de pensamentos, nutrindo-se de substância mental, em grande proporção. 

Toda criatura absorve, sem perceber, a influência alheia nos recursos imponderáveis que lhe equilibram a existência. 

Em forma de impulsos e estímulos, a alma recolhe, nos pensamentos que atrai, as forças de sustentação que lhe garantem as tarefas no lugar em que se coloca. 

O homem poderá estender muito longe o raio de suas próprias realizações, na ordem material do mundo, mas sem a energia mental na base de suas manifestações efetivamente nada conseguirá. 

Sem os raios vivos e diferenciados dessa força, os valores evolutivos dormiriam latentes em todas as direções. 

A mente, em qualquer plano, emite e recebe, dá e recolhe, renovando-se constantemente para o alto destino que lhe compete atingir. 

Estamos assimilando correntes mentais, de maneira permanente. 

De modo imperceptível, “ingerimos pensamentos”, a cada instante, projetando, em torno de nossa individualidade, as forças que acalentamos em nós mesmos. 

Por isso, quem não se habilite a conhecimentos mais altos, quem não exercite a vontade para sobrepor-se às circunstâncias de ordem inferior, padecerá, invariavelmente, a imposição do meio em que se localiza. 

Somos afetados pelas vibrações de paisagens, pessoas e coisas que cercam. 

Se nos confiamos às impressões alheias de enfermidade e amargura, apressadamente se nos altera o “tônus mental”, inclinando-nos à franca receptividade de moléstias indefiníveis. 

Se nos devotamos ao convívio com pessoas operosas e dinâmicas, encontramos valioso sustentáculo aos nossos propósitos de trabalho e realização. 

Princípios idênticos regem as nossas relações uns com os outros, encarnados e desencarnados. 

Conversações alimentam conversações. 

Pensamentos ampliam pensamentos. 

Demoramo-nos com que se afina conosco. 

Falamos sempre ou sempre agimos pelo grupo de espíritos a que nos ligamos. 

Nossa inspiração está filiada ao conjunto dos que sentem como nós, tanto quanto a fonte está comandada pela nascente. 

Somos obsidiados por amigos desencarnados ou não e auxiliados por benfeitores, em qualquer plano da vida, de conformidade com a nossa condição mental. 

Daí, o imperativo de nossa constante renovação para o bem infinito. 

Trabalhar incessantemente é dever. 

Servir é elevar-se. 

Aprender é conquistar novos horizontes. 

Amar é engrandecer-se. 

Trabalhando e servindo, aprendendo e amando, a nossa vida íntima se ilumina e se aperfeiçoa, entrando gradativamente em contacto com os grandes gênios da imortalidade gloriosa. 

Emmanuel;
Psicografia: Francisco Cândido Xavier.


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