"Então, Pedro, aproximando-se, lhe perguntou: Senhor, até quantas vezes meu irmão pecará contra mim, que eu lhe perdoe? Até sete vezes? Respondeu-lhe Jesus: Não te digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete." ( Jesus- Mateus, 18:21,22)
Mágoas e ressentimentos guardados em nosso âmago atuam como ácidos corroendo a essência das nossas emoções, com graves repercussões também em nossa constituição física.
Mágoas e ressentimentos guardados em nosso âmago atuam como ácidos corroendo a essência das nossas emoções, com graves repercussões também em nossa constituição física.
A ciência médica, já há muito detectou que os desequilíbrios sentimentais, que descuidadamente ainda carregamos conosco, somatizados em nossa constituição orgânica, são geradores de uma infinidade de distúrbios, nem sempre de fácil solução.
Na base dessas doenças emocionais quase sempre estão a raiva, o ódio, a irritação, o inconformismo, a mágoa e o ressentimento. Defeitos que ainda possuímos e que precisam ser erradicados com urgência, se desejamos desfrutar de uma vida de equilíbrios e saúde.
Jesus Cristo, profundo conhecedor da natureza humana, desejando nos orientar, com segurança, apontou à humanidade, o roteiro para uma vida saudável quando ensinou a Pedro, simbolicamente, que será preciso perdoar não sete vezes, mas setenta vezes sete. Isto é, perdoar sempre, infinitamente.
É por demais conhecida a complexidade das relações humanas. Somos criaturas diferentes uma das outras. Segundo o Espírito André Luiz, no livro “Libertação”, no capítulo I, psicografia de Francisco Cândido Xavier, nós estamos usando a razão há quarenta mil anos.
No percurso desses milênios, tivemos a liberdade de decidir, deliberar, escolher caminhos, com independência, isso obviamente permitiu que cada um de nós construísse o seu patrimônio de experiências, obviamente, cada um a sua maneira, daí as diferenças pessoais existentes.
Saber viver no contexto dessas diferenças eis o grande desafio.
E como não existem criaturas iguais no Universo, com urgência, precisamos saber compreender as pessoas como elas são, para que elas também nos compreendam como somos. Quando conseguirmos tal proeza, por certo teremos encontrado o caminho da serenidade.
Não será uma tarefa fácil, como não esta sendo, mas é indispensável o empreendimento de grandes cotas de esforços, sacrifícios e renúncias pessoais, para que os sentimentos da mágoa, do ódio e outros, definitivamente, desapareçam do nosso coração.
Sabendo disso, nos empenhemos ao máximo visando exercitar o perdão, a compreensão e a tolerância para com aqueles que, possivelmente, nos ofenderam ou nos causaram quaisquer aborrecimentos ou venham a causar. Não vale a pena abrigar, no íntimo, tais sentimentos pestilentos. Em realidade os maiores prejudicados somos nós mesmos.
Se as criaturas com quem nos relacionamos, desavisadas, ainda pactuam com a inferioridade, lançando dardos ferinos, isso é problema exclusivamente delas, de nossa parte, façamos o contrário, emitamos vibrações de equilíbrio e de serenidade, mesmo sabendo não ser nada fácil, pois agindo assim, sem dúvida, neutralizaremos os raios desequilibrados que poderiam nos atingir.
Como podemos concluir, ao ensinar o uso contínuo do perdão, Jesus Cristo, dentro da sua imensa sabedoria, informou a todos nós, através do apóstolo Pedro, a forma correta e eficaz da convivência social, para que tenhamos uma vida saudável, tanto emocional como fisicamente.
Portanto, perdoar não se trata tão somente de um apontamento especulativo, religioso, moral, mas de um conselho profundo que assegura o nosso bem estar.
Reflitamos...
W. A. Cuin