“ – Há no homem qualquer coisa que escape a todo constrangimento, e pela qual ele goza de uma liberdade absoluta?
- É pelo pensamento que o homem goza de uma liberdade sem limites, porque o pensamento não conhece entraves. Pode-se impedir a sua manifestação, mas não aniquilá-lo”. (Questão 833, de “ O Livro dos Espíritos”, de Allan Kardec).
Na mente está a base da nossa vida ativa e o pensamento é o veículo que conduz o que nela produzimos.
Nossas deliberações, escolhas, renúncias, decisões nascem em nossa mente e são comunicadas para o exterior através do pensamento. Assim, todas as ações que movimentam a nossa vida, tem origem na mente.
Diante disso, dentro da sabedoria que lhe é própria Jesus sentenciou: “ Vigiai e orai, para não cairdes em tentação” ( Jesus-Mateus, 26-41), informando-nos a importância e a necessidade do controle mental.
Uma vez que o mundo exterior toma conhecimento da nossa intimidade através da emissão dos pensamentos é natural que devamos equilibrá-los, censurando o que não é devido e correto e permitindo evolar o que é nobre e sublime, porque a partir da emissão deles receberemos os reflexos naturais que decorrem das suas trajetórias.
A ideia de uma boa ação ou de uma atitude infeliz começa na mente e é informada pelo pensamento, assim, sendo criaturas racionais, antes que a mesma ganhe o exterior será preciso o exercício do controle e para tanto temos liberdade absoluta para a decisão.
O crime impetrado no meio social, com os prejuízos que proporciona, tem o seu berço na mente do criminoso, e, se ele tivesse exercido o controle do seu pensamento teria impedido que a ideia macabra fosse adiante, evitando os dissabores conhecidos.
Da mesma forma e obedecendo a mesma lei natural as grandes e importantes realizações sociais, com notáveis benefícios à humanidade, floresceram de mentes ajustadas que deram origem a pensamentos salutares, que ao ganharem o mundo exterior produziram resultados satisfatórios.
Poderíamos ter evitado inúmeras tragédias e ainda podemos impedir muitos enganos e equívocos cuidando do controle mental, fazendo uso da razão e do bom senso.
Jesus, primeiro pediu que vigiássemos o pensamento e depois sugeriu a oração como complemento, visando conter o ímpeto nefasto do mal e dando vazão aos sentimentos imprescindíveis do bem.
Temos plena consciência de que ainda estamos bem distantes da perfeição, mas aprendendo, quotidianamente, a ajustar mente e pensamento, aos poucos vamos saindo da condição inferior que nos acolhe para uma postura de superioridade moral.
Em verdade, conhecendo a humanidade como Jesus conhece, por certo não espera posturas santificadas de nossa parte, mas aguarda que cada criatura faça um mínimo de esforço possível para impedir a proliferação do mal, cujas raízes ainda permanecem arraigadas em nossas mentes e gravitam pelo mundo, agasalhados em nossos pensamentos.
Reflitamos... controlando a nossa mente e vigiando o nosso pensamento, com certeza, vamos evitar a experiência com situações de dor e sofrimento e, ao mesmo tempo, criaremos a possibilidade real de vivenciarmos realizações de paz e serenidade.
W.A.Cuin