Não escolher ser Vítima

Em nossas vidas, às vezes somos atingidos por um grave problema, uma doença difícil ou uma fatalidade dolorosa. Essas ocorrências independem da nossa vontade, mas o modo de lidar com elas passa a ser escolha nossa.

Desatentos, podemos fazer uma má escolha, a de nos sentirmos vítima. Em consequência, nos apresentamos sempre queixosos, reclamamos bastante e nos comportamos de maneira a merecer pena. Parece que nos comprazemos em parecer pessoas dignas de dó. E, pior ainda, arrumamos dificuldades para os que conosco convivem, quando não nos tornamos quase insuportáveis.

Por mais grave que seja a situação, escolher o papel de vítima não ajuda em nada. Se uma mudança inevitável nos atingiu, tentemos vivenciar da melhor maneira possível as novas condições.

Imaginemos, por exemplo, duas mulheres em situações idênticas: casadas, filhos criados, situação financeira estável, quando, de repente, um câncer é diagnosticado.

A primeira, a vitima, ao encontrar os amigos e familiares só reclama e chora. Busca a piedade de todos, mesmo inconscientemente. Muitas pessoas de seu relacionamento passam até a evitar a sua presença, que lhes é desagradável.

A segunda, ao contrário, faz da doença motivo para boas conversas, até humoradas. Conta, por exemplo, sorrindo, que irá às compras para adquirir alguns modelos legais de perucas, uma vez que seu cabelo vai cair com o tratamento.

Essa situação hipotética mostra como podemos reagir de maneiras diversas, quase opostas, diante de um grande problema. E o modo como reagimos só depende da nossa escolha.

Além disso, evitemos ao máximo a atitude pessimista de, perante uma incerteza, sempre esperar pelo pior. Muitas vezes, sofremos desnecessariamente por algo que poderá não acontecer. Porém, na nossa imaginação vai ocorre, com certeza, e, por isso, passamos a “viver”, em detalhes, as eventuais conseqüências ruins. Isso também constitui uma maneira de sermos vítimas, mas vítimas de problemas improváveis ou até hipotéticos.

Portanto, nas dificuldades da vida, não optemos pelo papel de vítima. Tentemos, mesmo nas condições mais desfavoráveis, angariar o bem querer daqueles que são testemunhas desses nossos momentos indesejados.

Autor: José Carlos A. Cintra
Fonte: Livro: Viva a Vida


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