A Autoilusão

Um dos maiores obstáculos ao nosso crescimento interior é a autoilusão. É incrível a capacidade que temos de nos enganar, criar ilusões para tentar moldar as circunstâncias de acordo com nossos desejos.

Quando a realidade se apresenta de modo diverso do que gostaríamos, muitas vezes preferimos, como avestruzes, “enfiar” a cabeça na terra para não enxergá-la. É difícil ver frustradas nossas expectativas, por isso, optamos pela fantasia para afastar de nós a visão daquilo que não queremos enxergar.

Uma das ilusões mais comuns que cultivamos é a crença de que por amarmos alguém teremos o poder de transformá-lo ou que ele será capaz de mudar por amor a nós. É claro que essa possibilidade existe, mas a maioria das pessoas leva muitos anos para conseguir mudar e muitos passam pela vida sem jamais conseguir.

Uma transformação interior profunda leva tempo e exige perseverança e, principalmente, vontade. Vencer nossos próprios medos, limitações e bloqueios já é trabalho suficiente para que nos responsabilizemos pela mudança do outro. Podemos mostrar-lhe que existe um caminho, sugerir-lhe trilhas para chegar ao destino desejado, mas jamais trilhar o caminho em seu lugar ou obrigá-lo a fazer a caminhada. Passar a vida esperando que o outro se modifique para poder nos fazer felizes, é tornar-se prisioneiro da ilusão.

O perigo da auto-ilusão é vivermos uma vida falsa que, mais cedo ou mais tarde, vai desmoronar como um castelo de areia, quando as ondas da vida se apresentarem com toda a sua força.

Por mais doloroso que seja, afastar de nós a ilusão e enfrentar o desafio de enxergar a realidade, é a única saída para evitar o sofrimento. Libertar-se de uma vida ilusória é uma conquista das mais valiosas, mas uma possibilidade que assusta a maioria de nós, pois a ilusão é uma concha bastante confortável.

Vencer a tentação de iludir-se exige muita coragem e uma convicção inabalável em ser fiel aos próprios princípios, não importa o preço que se tenha de pagar.

Segundo o mestre indiano Osho, “A palavra coragem é muito interessante. Ela vem da raiz latina cor, que significa coração. Portanto, ser corajoso significa viver com o coração. E os fracos, somente os fracos, vivem com a cabeça: receosos, eles criam em torno deles uma segurança baseada na lógica. Com medo, fecham todas as janelas e portas - com teologia, conceitos, palavras, teorias - e do lado de dentro dessas portas e janelas fechadas, eles se escondem.

O caminho do coração é o caminho da coragem. O coração está sempre pronto para enfrentar riscos; o coração é um jogador. A cabeça é um homem de negócios. Ela sempre calcula - ela é astuta. O coração nunca calcula nada.

Viver segundo o coração é desvendar o significado das coisas. O poeta vive segundo o coração e logo começa a ouvir dentro dele os sons do desconhecido. A cabeça não consegue ouvir, ela está muito longe do desconhecido. Está totalmente ocupada com o conhecido... Respeite-se, respeite sua voz interior e siga-a.

Cometa tantos erros quanto possível, lembre-se apenas de não cometer o mesmo erro duas vezes. E você estará crescendo. Cometendo muitos erros é que se aprende o que é um erro e como não cometê-lo. Estando ciente do que é um erro é que se chega cada vez mais perto da verdade. Trata-se de uma exploração pessoal, você não pode depender das conclusões dos outros.

O homem de entendimento morre a todo instante para o passado e renasce para o futuro. Seu presente é sempre uma transformação, um renascimento, uma ressurreição”.

Autoria: Elisabeth Cavalcante

Fonte:http://somostodosum.ig.com.br/conteudo/c.asp?id=03342



Um comentário:

  1. Perfeito.
    Os afins se atraem, semelhante atrai semelhante e coincidências e acasos não existem...! Por isto encontrei este blog.
    Obrigado irmãos e irmãs.
    Na luz e na paz.

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