Feng Shui: origens e fundamentos

O Feng Shui é um campo de estudo vasto e ainda pouco aplicado no nosso dia a dia aqui no Brasil, pois pode existir uma visão equivocada e até estereotipada sobre o assunto. Neste artigo, vamos falar de forma muito resumida sobre ele.

Para começar e para ajudar a desmistificar essa arte, é preciso que você esqueça que o Feng Shui é:

• Um método de arrumação que permite que você fique rico da noite para o dia através reorganização “mística” dos seus móveis;

• Uma crença mágica e supersticiosa, ou uma modinha que te aliena da realidade;

• Apenas uma maneira de renovar a sua casa.

Por que Feng Shui?

Feng Shui são duas palavras que significam, respectivamente,“vento” e “água”. Juntas, essas palavras dão nome a um dos pilares da metafísica chinesa, cujo objetivo é estudar a forma física, a começar pelo estudo da manifestação de 5 elementos da natureza – fogo, terra, água, madeira e metal – e propor usos desses elementos para que a energia vital (ou chi) possa fluir de forma equilibrada em qualquer ambiente. É o equilíbrio entre esses elementos que traz a harmonia para os ambientes.

O nome Feng Shui é muito simbólico, pois o vento e a água são elementos da natureza que modificam a própria natureza com a sua ação; por meio dessa alegoria, o significado já traz consigo o objeto de estudo mais fundamental, que é a circulação e o movimento que surgem da interação entre as energias yin e yang do Universo.

Em outros termos, podemos dizer que o Feng Shui estuda as relações energéticas entre a vida e o ambiente, analisando como a localização de objetos afeta o fluxo de energia dentro de ambientes, como eles interagem entre si e influenciam na qualidade de energia vital de seres vivos e na sua aura e os corpos sutis.

Feng Shui para quê?

O fluxo da sua energia pessoal, da aura e suas camadas de luz, interfere em seus pensamentos, ações e emoções o tempo todo, mesmo que não tenha consciência disso. Tendo isso em mente, o propósito (um deles) do Feng Shui é melhorar a vida das pessoas e a sua relação com o meio de forma integral, é fazer a vida fluir.

Ao longo dos séculos, os conceitos do Feng Shui são aplicados pelos chineses para orientar a construção de edifícios para que sejam locais auspiciosos – principalmente templos e habitações. Atualmente, após uma grande difusão no mundo ocidental dos seus fundamentos, o Feng Shui tem sido usado para organizar melhor os ambientes.

As escolas do Feng Shui e o baguá 

Os conceitos básicos do Feng Shui continuam os mesmos desde o início, mas a aplicação deles muda em cada escola que surgiu ao longo do tempo. Para exemplificar, decidimos falar da ferramenta mais popular desse sistema filosófico, o baguá.

Baguá 

Ele é uma representação de um conceito filosófico fundamental da metafisica chinesa, e significa “oito trigramas” ou “oito mutações” – ba ou pa (oito), e gua ou kua (mutação, trigrama). Pode ser pronunciado como “bagua” ou “pakua”.

Por que são chamadas de mutações? Cada trigrama representa uma manifestação dos elementos da natureza: terra, montanha, água, vento, trovão, fogo, lago, céu.



O baguá é uma alegoria do constante movimento da natureza, e representa em si mesmo o princípio basilar do Feng Shui.

Essa representação não se encerra aos elementos somente, e pode ser aplicado a diversas situações, inclusive a áreas de nossa vida.

No Brasil, a milenar Escola da Bússola (chinesa) e a moderna Escola do Chapéu Negro (tibetana, dos anos 1950) são as mais conhecidas. Além delas, há a Escola das Formas, e, apesar de menos conhecida, é muito importante. Abaixo veremos como a “da bússola” e a “do chapéu negro” utilizam o baguá.

O baguá como amuleto

A Escola da Bússola o utiliza como amuletos da sorte; os adeptos dessa vertente acreditam que o baguá tem a capacidade de equilibrar o ambiente energeticamente. Ele é aplicado a objetos de decoração com superfícies que refletem a luz, tais como espelhos, e deve ser pendurado com o trigrama Céu (aquele trigrama que tem três linhas contínuas) para cima, de preferência.

Essa escola também faz uso de cores, formas e materiais favoráveis que podem ser colocados no ambiente de acordo nossas características pessoais, para que a nossa energia se integre à do ambiente. Nesse caso, o uso das cores se baseia numa abordagem psicológica, diferente da Escola do Chapéu Negro.

O baguá como mapa de orientação

O símbolo mais conhecido do Feng Shui, na Escola do Chapéu Negro, é usado como uma espécie de mapa que demarca áreas específicas na planta baixa de imóveis. Você já leu aqueles artigos de revista de decoração com dicas de como harmonizar sua casa organizando melhor os cômodos? Então, é dos estudos dessa escola que foram extraídas dicas de onde deixar fotos e pertences familiares, onde colocar a mesa de trabalho, como dispor os móveis etc.

As cores do Chapéu Negro

Para essa escola, cada trigrama do baguá representa uma área da nossa vida: família/saúde, carreira/vocação, amigos, criatividade, sucesso, espiritualidade, prosperidade, relacionamentos. Também há um guá central que liga todos os oito guás e que fica também no centro da edificação.

De acordo com cada área, há determinadas cores, formas e materiais mais indicados; para isso, é preciso identificar cada guá, colocando ou desenhando um baguá na planta do imóvel que quer harmonizar.

As cores e elementos para cada guá:


Para saber como usar o baguá de acordo com a técnica dessa escola, é indicado consultar um especialista primeiro, ou que você vá atrás e estude mais, para não ter erro. Mas a instrução mais básica é a de se orientar, na planta baixa, pela porta de entrada do imóvel para colocar o baguá.

A escola da natureza bruta

A Escola das Formas é a mais antiga, e se dedica a estudar elementos básicos de relevo e da natureza bruta, dando as mãos para a topografia. Seus conhecimentos são mais bem aproveitados e aplicados em áreas rurais, e em locais onde há paisagem natural ainda preservada. No Brasil, essa escola tem pouco destaque.

O Feng Shui estuda a natureza e abrange muitas aplicações e estudos que nem imaginamos e que, infelizmente, não poderemos abordar neste artigo que já está comprido. Mas, com o tempo, vamos falar mais sobre o assunto em outra oportunidade.

A gente espera que você tenha se interessado e aproveitado esse rápido resumo, e que esse conteúdo te estimule a se aprofundar nesse conhecimento para melhorar os ambientes por onde passa.


Nota: Nós espritas sabemos que a utilização consciente da mente e do coração, através da Luz Rediviva do Evangelho de Jesus, são as reais ferramentas que nos levam aos lúcidos caminhos da paz, do equilíbrio e da prosperidade, no entanto, a utilização de terapias alternativas, tratamentos holísticos, estudos dos elementos da natureza, apometria, etc., provenientes dessa e de outras culturas, serão sempre bem-vindos e deverão ser sempre empregados com discernimento, como formas não espíritas, pela busca da manutenção da nossa saúde física e espiritual, assim como, pela harmonização de ambientes, como este proveitoso artigo nos mostrou.


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