Insconsciente Coletivo (Joanna de Ângelis)

O cérebro do homem primitivo, não possuía a capacidade de decodificação das ideias, e portanto, não conseguia entendimento a cerca dos fenômenos que defrontava no habitat terrestre hostil em que vivia.

Como não conseguia entender racionalmente o que ocorria à sua volta, através de pensamento lógico, ele apenas repetia o que observava na natureza, imprimindo ao cérebro, através de impressões repetitivas, as informações que presenciava.  Como por exemplo, um animal lambendo a cria, o ensinou a retirar a placenta do filho recém nascido.

Essa repetição automática, foi transferindo para as gerações futuras, todo um contingente de atavismos e experiências vivenciadas, ficando todos, gravados no seu arquivo mental, possibilitando assim, desde os primórdios, uma evolução lenta, mas contínua.

Vivendo na floresta, onde tudo se apresentava hostil e agressivo, esse homídio, que já trazia na sua origem o mundo espiritual, foi impulsionando ao cérebro, a criação de componentes neuronais, que seriam utilizados no futuro, nas etapas mais nobres do seguimento intelecto-moral. Desse modo, o medo surgiu-lhe como primeira emoção, acompanhado das sensações primárias do prazer da alimentação, do repouso e do sexo, que foi-se transferindo de geração a geração, chegando aos nossos dias como fobias,  pavor,  receios etc.

Nessa observação da natureza, esse homem primitivo começou a copiar os animais, cobrindo-se de folhas, peles, nos climas frios ou mantendo-se despido nos quentes, refugiando-se em cavernas, onde experimentou segurança. Esse fenômeno desenvolveu-lhe o pensamento arcaico, responsável pelo instinto de conservação da vida.

A observação das árvores que se incendiavam em tempestades ou autocombustão, impeliu-o a atritar pedaços de madeira ou pedras, descobrindo o fogo.

As sensações, lentamente, abriram-lhe espaço mental para as emoções elementares iniciais, possibilitando o pensamento inicial arcaico, a mais amplo desenvolvimento.

Não tendo a capacidade de entender as ocorrências, especialmente aquelas de natureza destrutiva, experienciou a emoção do medo asselvajado, que o fazia fugir, visto que, nas vezes que enfrentou a situação de perigo, foi por ela vitimado.

A repetição contínua dos atavismos, produziu o que chamamos hoje, de inconsciente coletivo. Conforme mostra uma experiência realizada após a Segunda Guerra Mundial, pesquisadores atiravam aos macacos que viviam na Ilha de Koshima, batatas doces, esses as recolhiam, mas não as podiam comer por estarem sujas de areia. Porém, um desses animais as lavou e comeu-as, sendo imitado pelos demais, que as lavaram também. Quando o centésimo macaco, repetiu a experiência, todos os demais, de todas as Ilhas do Oceano Pacífico, sem nenhum contato entre si, passaram igualmente a lavá-las. Esse fantástico fenômeno de transmissão de experiências, sem contato, certamente aconteceu com os homens primitivos.

Entre uma e outra reencarnação eram fortalecidas na erraticidade, as experiências evolutivas, preparando o Perispírito para aprimoramento neuronais e fisiológicos, possibilitando assim, maiores conquistas na área do pensamento. As observações em torno da natureza, fizeram-se mais aguçadas, imitando por exemplo,  o som dos animais, iniciaram-se as primeiras comunicações.

Assim, evoluindo sem saltos, o pensamento humano vai adquirindo conquistas, de modo que, somente nos últimos dez mil anos, aproximadamente, é que o raciocínio, o discernimento, a consciência, passaram a instalar-se no ser humano, aprimorando reflexões em torno da vida.

Compreensivelmente, após longuíssimo tempo transitando pelos instintos e reflexos condicionados, o breve período de tempo em que foi conquistado o pensamento lógico ainda não possibilitou ao Homo Sapiens, superar totalmente os automatismos para, agir ao invés de reagir.

Fazendo uma analogia, o inconsciente coletivo, que nos ajudou na conquista do pensamento racional, é o mesmo que muitas vezes nos leva a aceitar uma cultura massificada, sem nos preocupar em fazer uma análise lógica e consciente:

- Ouvimos a música que todos ouvem

- Usamos o mesmo tipo de roupa que todos usam em consideração à moda

- Votamos nas pessoas que a maioria vai votar, sem realmente analisar se essa escolha é mesmo nossa.

Não deveríamos abrir mão de conquistas adquiridas tão arduamente, a tão duras penas, pelo nosso Espírito, que é a busca do raciocínio lógico, e por preguiça de pensar, de analisar racionalmente, de buscar informações críticas, aceitar por comodismo, a opinião da maioria.

Conquistas adquiridas através de tantos atavismos, nos tornam responsáveis pelas nossas escolhas, que devem ser pautadas com equilíbrio no conhecimento e na busca do Bem para todos.

Muita Paz

Joanna de Ângelis;
Psicografia: Divaldo Pereira Franco;
Do livro: Encontro com a Paz e a Saúde.

Fonte:http://www.redeamigoespirita.com.br/profiles/blogs/inconsciente-coletivo

2 comentários:

  1. procuro uma mensagem de nossa irmã JOANNA DE ANGELIS, em que fala dos homens pre-históricos e sue costumes e medos.

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