E.S.E.: Parábola do Filho Pródigo

Um certo homem tinha dois filhos, que com ele moravam no seu lar.

Um dia, o mais moço pediu ao pai que lhe desse a parte da riqueza que lhe pertencia. Porque ele desejava correr mundo, viajar por outras terras, conhecer nova gente . . .

O pai então, repartiu com ambos os seus bens, dando a cada um a parte que lhes cabia, de sua fortuna.


Alguns dias depois, o filho mais novo, juntando todas as coisas que lhe pertenciam, partiu para um país distante, muito longe de sua terra natal.

Esse moço, mal chegou ao país estrangeiro, começou a gastar, sem cuidado, todo o dinheiro que possuía. Depois de gastar tudo, aconteceu uma grande fome naquele país, e ele começou a passar necessidades. O rapaz, então, buscou um homem para pedir-lhe ajuda. Este o mandou para seus campos para guardar porcos; ali o rapaz desejava fartar-se dos frutos que os porcos comiam, mas ninguém lhas dava. Os porcos comiam melhor do que ele.

Diante de tanto sofrimento, o rapaz arrependeu-se sinceramente de sua ingratidão e de seus dias vividos no erro e no vício... então pensou entre lágrimas:

- Quantos trabalhadores de meu pai tem pão com fartura e eu aqui, morrendo de fome! Vou levantar-me, e voltarei a casa de meu pai para dizer-lhe: “Pai, pequei contra o Céu; trata-me como um dos seus trabalhadores.” 
 
E levantando-se foi a seu pai. Quando estava chegando, seu pai o viu e teve compaixão dele, e, correndo, o abraçou e o beijou. Disse-lhe o filho:

- Pai, pequei contra o Céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado teu filho.


 O pai bondoso, porém, disse aos servos para que preparassem uma festa, porque o filho que estava morto reviveu, e que estava perdido se achou.
 
O filho mais velho estava no campo, e quando soube da festa para o irmão, ficou indignado, e não queria entrar. O pai tentou conversar. Mas ele respondeu:

- Há tantos anos que te sirvo sem jamais transgredir uma ordem sua, e o senhor nunca me deu uma festa para eu me alegrar com meus amigos; daí chega este teu filho que gastou teus bens com meretrizes, e o senhor dá uma festa para ele.
 
Respondeu-lhe o pai:

- Filho, você sempre está comigo, e tudo que é meu é seu; entretanto, é justo que nos alegremos, porque este seu irmão era morto e reviveu, estava perdido e se achou.

(Lucas, XV, 11-32)


O pai dessa história é Deus.

Os filhos representam a Humanidade.

Uma parte é representado pelo filho obediente, mas invejoso, avarento e egoísta. Que fica com o pai, com os bens, mas também fica com as más paixões, como os sentimentos de inveja, avareza e egoísmo. Ele não teve compaixão do próprio irmão arrependido. Quando ele exaltou suas qualidades e se referiu com desdém ao irmão, nos faz lembrar do fariseu orando no templo exaltando seus méritos e menosprezando o publicano. Esta atitude é falta de caridade, ou seja, de amor ao próximo.

Uma outra parte é representado pelo filho desobediente e esbanjador (que quer curtir a vida e se esquece de Deus), e com isso esbanja os bens que o Pai lhe deu como: a inteligência, a saúde, o tempo, o saber, o dinheiro, etc. E, quando a dor, a fome, as tribulações aparecem, estes se arrependem e voltam-se para Deus, que é nosso Pai Compassivo e Eternamente Amigo. Cometendo ou não erros, devemos correr para Ele, na estrada da oração sincera, com o coração arrependido e disposto a nos esforçar para não errarmos mais. Ele nos ouvirá e virá ao nosso encontro, porque não há ninguém tão bom quanto Deus. Nem há quem nos ame tanto quanto Ele.

Mas, esta parábola mostra também que, as penas eternas do inferno, inventado pelos homens, não existem. As portas do Céu jamais se fecham, permanecendo abertas para os pecadores arrependidos.

Nesta parábola Jesus mostrou que Deus está sempre de braços abertos para receber seus filhos arrependidos, e dar a eles uma nova chance reencarnatória para que possam ressarcir seu erro.

Como poderia Deus pedir (para seus filhos cheios de falhas moral) para perdoar 70 x 7 vezes, ou seja, infinitamente, se Ele, o Pai perfeito e bondoso não perdoa? É incoerente.

Como vemos, não há sofrimentos eternos, não há dores nem castigos sem fim.

Mas, há felicidades indestrutíveis por todo o infinito, esplendores por toda a Criação, amor por toda a eternidade.
A lei de Deus é igual para todos: não poderia ser boa para o bom e má para o mau; porque tanto o que é bom quanto o que é mau estão sob as vistas do Supremo Criador, que faz do mau bom, e do bom melhor: pois tudo é criado para glorificar o seu imaculado nome.

Não há privilégios nem exclusões para Deus; para todos Ele faz nascer o seu Sol, para todos faz brilhar suas estrelas, para todos deu o dia e a noite; para todos faz descer a chuva.

O Pai “não quer a morte do filho mau e ingrato, mas sim que ele se converta, que abandone o mau caminho e viva.”

Ninguém se perde, pois não há culpas irreparáveis.

Não basta nos abstermos do mal, nem é suficiente que cultivemos uma fé inoperante para fazermos jus às alegrias do Céu. É necessário, é condição indispensável para isso, que tenhamos desenvolvido em nós o amor.

Cairbar Schutel;
Do livro: Parábolas e Ensinos de Jesus;
Fonte: Jornal "O Espírita"

FRATERLUZ
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