Prosseguindo com a entrevista de Divaldo Pereira Franco para o Jornal do Commercio, edição de 02/09/2012, selecionamos o trecho em que se aborda a mediunidade, seus mecanismos e seu papel atual, tanto para a doutrina espírita como para o amadurecimento geral da humanidade.
JC – Nas suas palestras, o senhor faz um grade apanhado histórico, citando fatos em ordem cronológica e personagens pouco conhecidos. O senhor estuda muito ou esse conhecimento vem da espiritualidade, por inspiração?
DIVALDO – Estudar é impossível, pois não tenho tempo. Somente os e-mails me tomam duas horas diárias. As viagens são ininterruptas. A administração de nossa instituição, que atende a mais de cinco mil pessoas por dia, também me toma um tempo imenso e as psicografias consomem, em média, quatro horas diárias. Toda base original é inspirada. Naturalmente, face à minha idade avançada e à minha experiência, eu guardo muitas informações. Cada palestra me enriquece pelo que chega do mundo espiritual. E vai adicionando aos conhecimentos que vou armazenando ao longo do tempo. Então, há um misto de inspiração que coordena e traz dados novos e o conhecimento anterior, resultado da própria experiência.
JC – O processo de psicografia é mecânico? A informação passa por sua mente ou o texto vai direto para o papel?
DIVALDO – Vai direto para o papel. Às vezes chega suavemente a ideia. Eu me coloco à disposição, os espíritos tomam o braço, eu vou escrevendo, tendo a ideia do que estou escrevendo. Quando se trata de romance mediúnico, tenho a visão psíquica do que estou descrevendo (o fato). Mas na maioria das vezes é automático.
JC – O século 19 foi marcado por grandes médiuns, como a italiana Eusápia Palladino (testada pelo cientista italiano Cesare Lombroso) e o escocês Daniel Douglas Home, que possuíam muitas aptidões, como o senhor e Chico Xavier. Mas eles estão escasseando. Isso faz parte desse processo de evolução?
DIVALDO – O fenômeno foi para chamar atenção. Depois de confirmada a sua legitimidade, agora o que interessa é o comportamento humano. Provada a imortalidade da alma, não temos alternativa senão comportamo-nos como aqueles que acreditam que a vida continua. A fenomenologia continuará, porém menos ostensiva.
JC – Então, a grande finalidade das manifestações era comprovar a imortalidade da alma?
DIVALDO – O objetivo essencial era chamar atenção, depois delinear objetivos filosóficos e morais e, por fim, convidar o indivíduo à prática do cristianismo puro, conforme Jesus e seus apóstolos viveram.
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