Oração e Paz

No escuro do solo, ao aparente abandono, atendida por brando calor, a semente estua e liberta a vida que nela dorme, atraída pelo Sol. 

Assim também o "Deus interno", cuja busca não se apresenta com artifícios exteriores nem com trombetas que ressoam produzindo estardalhaço. 

Ocorre que somente no grande silêncio podem-se ouvir os "sons inarticulados" do Universo, aí destacando-se a voz de Deus. 

Quando, pois, a busca torna-se consciente, o ser humano transforma-se, experienciando, a partir do momento da decisão, a satisfação que precede o encontro.
A oração, portanto, é possuidora do elã que conduz a Deus, necessariamente à paz. 

A oração proporciona paz, mas somente quando se acalmam as angústias é que se pode orar, desta forma encontrando-se Deus, identificando-O, d'Ele recebendo a inspiração de forma que a existência adquira o encantamento e a plenitude que lhe são destinados.

Carlos Torres Pastorino
Do livro: Impermanência e Imortalidade

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