O Planeta Ideal (Inácio Ferreira)

Ouvindo sucinto diálogo entre um espírito candidato à reencarnação e devotado Instrutor da Vida Maior, anotei a conversa que considerei, deveras, curiosa:

- Estou interessado em evoluir mais depressa – dizia o espírito ao experiente interlocutor –, e, por tal motivo, gostaria de reencarnar num planeta que me oferecesse reais oportunidades para tanto...

Anseio por praticar o Bem a quem seja como alguém que, olhando à sua volta, encontra o necessitado ao alcance da mão para auxiliar – seja com um pedaço de pão, seja com uma palavra, um aceno...

Quero me expor às tentações, a fim de alicerçar em mim virtudes que, sinceramente, me façam digno de habitar as Esferas mais altas – refiro-me às virtudes da paciência e do perdão, da renúncia e do devotamento, mas, principalmente, da honestidade...

Quero viver de “enxada” nas mãos, à feição de quem dispõe de imensa gleba para lavrar, a fim de defender a boa semente, combatendo a tiririca que tencione a invadir a lavoura...

Reencarnar num mundo em que, realmente, eu possa cooperar com Jesus Cristo, em seus apelos de fraternidade e de amor, e que, para mim, seja um constante desafio à sinceridade de propósitos que pretendo demonstrar ao nosso Mestre e Senhor...

Num mundo no qual nem que eu queira viver de braços cruzados, eu não possa, de vez que furtar-me nele à possibilidade de ser útil, de mil formas diferentes, me seja absolutamente impossível...

Num mundo em que os próprios religiosos não se entendam para que, com os meus exemplos de tolerância e de não fanatismo, eu consiga colocar em prática o ensinamento do “amai-vos uns aos outros”...

E após efetuar breve pausa em sua palavra, que o Benfeitor escutava em silêncio, prosseguiu:

- Eu sei que o senhor está me entendendo, porque, certamente, já se viu possuído por sentimentos semelhantes aos meus, que estou cansado de marcar passo na senda da Evolução, e, por isto, estou pedindo a sua intercessão...

Auxilie-me a renascer num orbe no qual, praticamente, desde o berço, eu me veja compelido a lutar pelo pão de cada dia, em meio a tentações que ensejaram a espíritos praticamente comuns alcançar, um dia, a coroa da santidade...

Preciso sair desse marasmo espiritual em que estou vivendo há séculos e séculos...

Quero e preciso renascer – repetiu – num orbe fértil de oportunidades de ascensão moral, no qual, inclusive, no que tange às descobertas e invenções para facilitar a vida de seus habitantes, eu possa colaborar com alguma coisa...

Devem existir mundos nos quais tudo ainda esteja para ser feito, não?! – ou quase tudo?!...

Como eu haveria de crescer, por exemplo, num planeta em que eu não precisasse fazer calos nas mãos?! Num planeta em que a paz já esteja consolidada e no qual as leis sejam respeitadas por todos?!...

Eu quero lutar e quero sofrer pelo Ideal de servir!...

O Mestre não nos recomenda entrar pela porta estreita?! Pois, então?! Eu não quero a facilidade da porta larga, porque a porta larga também está no comodismo...

Posso contar com o seu auxílio?! – inquiriu ao Instrutor. – O senhor conhece um planeta assim, ao qual, através da reencarnação, eu possa me encaminhar, com o fito de integral aproveitamento dela?!..

Olhando para o candidato a retomar o corpo carnal, o Espírito amigo, sem pestanejar, respondeu:

- Meu irmão, na atualidade, dentro do Sistema Solar, e mesmo fora dele, e a uma boa distância, o planeta que preenche todos os seus requisitos de mais rápida evolução pessoal é a Terra mesmo!...

Inácio Ferreira,

Uberaba-MG, 6 de fevereiro de 2017.

http://inacioferreira-baccelli.blogspot.com.br/2017/02/o-planeta-ideal-ouvindo-sucinto-dialogo.html

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