Julgamentos (Osho)

"Havia numa Aldeia um velho muito pobre que possuía um lindo cavalo branco.

Numa manhã ele descobriu que o cavalo não estava na cocheira.

Os amigos disseram ao velho:

– Mas que desgraça, seu cavalo foi roubado!

E o velho respondeu:

– Calma, não cheguem a tanto.

Simplesmente digam que o cavalo não está mais na cocheira.

- O resto é julgamento de vocês.

As pessoas riram do velho.

Quinze dias depois, de repente, o cavalo voltou.

Ele havia fugido para a floresta.

E não apenas isso; ele trouxera uma dúzia de cavalos selvagens consigo.

Novamente as pessoas se reuniram e disseram:

– Velho, você tinha razão.

Não era mesmo uma desgraça, e sim uma bênção.

E o velho disse:

– Vocês estão se precipitando de novo.

Quem pode dizer se é uma bênção ou não?

Apenas digam que o cavalo está de volta.

O velho tinha um único filho que começou a treinar os cavalos selvagens.

Apenas uma semana mais tarde, ele caiu de um dos cavalos e fraturou as pernas.

As pessoas se reuniram e, mais uma vez, se puseram a julgar:

– E não é que você tinha razão, velho?

Foi uma desgraça seu único filho perder o uso das duas pernas.

E o velho disse:

Mas vocês estão obcecados por julgamentos, hein?

Não se adiantem tanto.

Digam apenas que meu filho fraturou as pernas.

Ninguém sabe ainda se isso é uma desgraça ou uma bênção…

Aconteceu que, depois de algumas semanas, o País entrou em Guerra e todos os jovens da aldeia foram obrigados a se alistar, menos o filho do velho.

E os que foram para a guerra, morreram…

Quem é obcecado por julgar, cai sempre na armadilha de basear seu julgamento em pequenos fragmentos de informação, o que o levará a conclusões precipitadas.

Nunca encerre uma questão de forma definitiva, pois quando um caminho termina, outro começa, quando uma porta se fecha, outra se abre…

As vezes vemos apenas a desgraça e não vemos a bênção que ela nos traz…"

(Osho)

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