Persiste e Segue (Emmanuel)

“Portanto, tornai a levantar as mãos cansadas e os joelhos desconjuntados.” Paulo (Hebreus,12:12) 

O lavrador desatento quase sempre escuta as sugestões do cansaço. 

Interrompe o serviço, em razão da tempestade, e a inundação lhe rouba a obra começada e lhe aniquila a coragem incipiente. 

Descansa, em virtude dos calos que a enxada lhe ofereceu, e os vermes se incumbem de anular-lhe o serviço. 

Levanta as mãos, no princípio, mas não sabe tornar a levantá-las, na continuidade da tarefa, e perde a colheita. 

O viajor, por sua vez, quando invigilante, não sabe chegar convenientemente ao termo da jornada. 

Queixa-se da canícula e adormece na penumbra de ilusórios abrigos, onde inesperados perigos o surpreendem. 

De outras vezes, salienta a importância dos pés ensanguentados e deita-se às margens da senda, transformando-se em mendigo comum. 

Usa os joelhos sadios, não se dispondo, todavia, a mobilizá-los quando desconjuntados e feridos, e perde a alegria de alcançar a meta na ocasião prevista. 

Assim acontece conosco na jornada espiritual. 

A luta é o meio. 

O aprimoramento é o fim. 

A desilusão amarga. 

A dificuldade complica. 

A ingratidão dói. 

A maldade fere. 

Todavia, se abandonarmos o campo do coração por não sabermos levantar as mãos, de novo, no esforço persistente, os vermes do desânimo proliferarão, precipites, no centro de nossas mais caras esperanças, e se não quisermos marchar, de joelhos desconjuntados, é possível sejamos retidos pela sombra de falsos refúgios.

Emmanuel;
Psicografia: Francisco Cândido Xavier;
Do livro: Fonte Viva.


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