Particularidades profiláticas de higiene entre os médiuns passistas

PERGUNTA: - O que dizeis quanto às particularidades profiláticas de higiene que deve ser observada pelos médiuns passistas? 

RAMATÍS: - Em muitos centros espíritas ainda faltam a torneira de água e o sabão para certos médiuns passistas eliminarem a sujeira das unhas ou das mãos quando, à última hora, chegam aos trabalhos mediúnicos. Malgrado a boa-vontade desses médiuns no seu serviço caritativo por "via espiritual", as suas mãos entram em contacto cotidiano com centenas de objetos, criaturas enfermas, animais, líquidos, substâncias químicas agressivas, medicamentos, poeira, tóxicos, cigarros, alcoólicos, dinheiro, lenços contaminados, etc... E na falta de limpeza prévia, elas se transformam, à hora dos passes, em desagradável chuveiro de fluídos contaminados pelos germens e partículas nocivas a transmitirem-se aos pacientes. Jesus era pobre, mas asseado; as suas mãos eram limpas e ele evitava até a alimentação indigesta ou tóxica. 

PERGUNTA: - Os espíritas "kardecistas" afirmam que o mandato mediúnico é tarefa puramente espiritual, motivo por que podem ser dispensados quaisquer rituais, preocupações preventivas ou recursos do mundo material para se lograr bom êxito. Asseveram-nos que a boa intenção e a conduta ilibada são suficientes para atrair os bons espíritos sempre prontos a auxiliar os serviços socorristas sob a égide do Espiritismo. 

RAMATÍS: - Somos de parecer que os médiuns não devem confundir "rituais" com "preceitos de higiene"! O principal objetivo da prática de rituais no mundo terreno é exaltar a vontade humana pela sua focalização em símbolos e recursos sugestivos que impressionem a mente, a fim de se produzir um estado de "fé" ou de confiança incomuns, capaz de acelerar o energismo espiritual do ser, a fim de se conseguirem realizações psíquicas excepcionais. 

Mas a higiene corporal e o asseio das vestes dos médiuns, durante suas tarefas mediúnicas terapêuticas, nada tem a ver com rituais, práticas ortodoxas ou quaisquer cerimônias de exaltação da fé humana. O uso do sabão e da água para a limpeza do corpo físico é necessidade essencial com o fito de eliminar-lhes a sujidade, o mau odor e os germens contagiosos que podem afetar os pacientes. Não temos dúvida de que Francisco de Assis ou Jesus poderiam mesmo dispensar quaisquer recursos profiláticos do mundo material para o perfeito êxito de sua missão junto à humanidade terrena. 

A luz que se irradiava continuamente de suas auras, impregnadas de fótons profiláticos, era suficiente para nutri-los de forças terapêuticas ou preservá-los das germinações virulentas. A bênção e a prece de tais almas sublimes eram suficientes para transformar a água comum em medicamento poderoso. Mas é óbvio que os médiuns ainda não podem alimentar essa presunção, pois ainda são espíritos em prova sacrificial no mundo terreno, empreendendo sua redenção espiritual mediante intensa luta contra as suas mazelas e culpas de existências pregressas. Ante a falta de credenciais de alta espiritualidade, eles não devem olvidar os recursos profiláticos do mundo físico, a fim de obterem o máximo sucesso na terapia mediúnica, em beneficio do próximo. 

PERGUNTA: - Considerando-se a necessidade de o médium dispensar sério cuidado à higiene do corpo, para o serviço de passes ou fluidificação da água, poderíamos então supor que a sua faculdade magnética, só por si, não é fundamental? Que nos dizeis? 

RAMATÍS: - As nossas presentes considerações não têm por escopo dogmatizar sobre o exercício da mediunidade, pois ainda somos pelo velho conceito de que "a verdade sempre está no meio". Sem dúvida, o médium que já possui mais treino e experiência no seu "métier", tal como a ferramenta que se aguça pelo próprio uso, também há de conseguir melhores resultados do que os obtidos pelos neófitos com todos os seus recursos profiláticos do mundo material. 

Mas, infelizmente, entre muitos médiuns e espíritas ainda é dogma o velho e errôneo conceito de que a "matéria não vale nada"! Esse conceito tomou alto relevo nas primeiras horas do entusiasmo espirítico, ao verificar-se pelas provas mediúnicas, que o "real" é o espírito, enquanto a "carne" é o "transitório". Daí, pois, a tácita negligência que se verifica entre muitos neófitos e mesmo veteranos da doutrina espírita quando olvidam que a matéria é uma projeção da própria Divindade e que o corpo carnal é o prolongamento fiel do espírito que o comanda. 

O corpo físico, pois, é tão importante para a manifestação da entidade espiritual quanto o violino é o instrumento valioso que expressa o gênio e o talento do artista sensato e zeloso de sua arte. Embora existam pessoas que não sofrem quaisquer alterações em sua sensibilidade psíquica, quando submetidas aos passes de médiuns desleixados e mal-asseados, também já vos temos lembrado que os pacientes tornam-se mais receptivos aos fluidos terapêuticos mediúnicos quando os recebem de passistas que se impõem pelo melhor aspecto moral, asseio e delicadeza. Se o médium se desinteressar dos preceitos mais comuns de sua higiene e apresentação pessoal, certamente dará motivo a uma certa antipatia entre os seus consulentes

Ramatis
Do livro: Mediunidade de Cura

FRATERLUZ
Fraternidade Espírita Luz do Cristianismo


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