Atitudes Essenciais

“Qualquer um que não tomar a sua cruz e vier após mim, não pode ser meu discípulo” – Jesus. (Lucas 14:27).

Modo geral significa o termo cruz, sofrimento, punição, dor justamente porque nos tempos primeiros foi ela idealizada para castigo para aqueles que infringissem hábitos, leis vigentes ou mais tarde crimes políticos. Primitivos, involuídos, quase animais os instrumentos de contenção eram idênticos onde o medo da dor física funcionaria como um modo de barrar, impedir ou diminuir a violência, a dureza dos costumes nos relacionamentos. Era portanto, e principalmente entre os romanos utilizada como instrumento de suplício, servindo à execução da pena de morte.

O fato de Jesus, judeu submetido a Roma, ter sido crucificado contribuiu para que os cristãos usassem-na como lembrança do fato em si e objeto de culto.

Figuradamente as expressões “levar a cruz”, “carregar a cruz” falam de dificuldades, de empreendimentos difíceis a serem vencidos, e não carga a ser carregada.

Na realidade, no entendimento filosófico do texto Emmanuel fala da dificuldade, da dureza da vida quando o ser se fixa no aspecto horizontal que representa a matéria com seus interesses que prendem e levam a sofrimentos atrozes.

Quando, porém, o ser despertar para o outro ângulo que compõe a cruz, o vertical, que representa o Espírito e sua imortalidade, a forma, o modo de proceder, o modo como passa a viver, os assédios da matéria sublimam-se, transformam-se, e carregar essa cruz agora, é transformá-la em asas de ascensão. 

Carregar a cruz, portanto, não é submeter-se às imposições mesquinhas mas é tornar-se livre para aspirar, sonhar, conseguir trabalhar as metas da auto iluminação, tendo como modelo Jesus, que na sua autenticidade comprova a indestrutibilidade da vida e as conseqüências do comportamento humano onde pelas escolhas pessoais cada um determina o peso da cruz que agrilhoa e prende ou que liberta e ilumina em função da eternidade.

“Qualquer, que não tomar a sua cruz e vier após mim, não pode ser meu discípulo” destaca as condições fundamentais indispensáveis a todo aquele que se classifica como discípulo de Jesus. Para desfrutar-lhe a intimidade é necessário dispor-se com firmeza aos testemunhos do bem, seguindo-lhe as pegadas.

A despeito da clareza do ensinamento, muitos em virtude da ignorância, da hipocrisia ou mesmo por comodismo julgam vivê-lo através de exercícios incompletos da prática religiosa, nas fugas e omissões do campo de trabalho, entretecendo elogios e homenageando o nome do Cristo como se atitudes exteriores e verbo eloquente pudessem estabelecer as condições necessárias à ligação com o Mestre.

A cruz, a que se refere o Evangelho, se constitui de todas as realidades que o mundo oferece, uma vez que aí estão as oportunidades necessárias, os estímulos adequados ao processo de crescimento do Espírito imortal.

Carregar a cruz e seguir ao passos de Jesus é cumprir com responsabilidade os deveres que nos competem em relação a nós, à família e à comunidade da qual fazemos parte, é agir em todas as situações, favoráveis ou adversas, com firmeza, tranquilidade, empreendimento e serviço, contribuindo com eficiência e equilíbrio em favor do Bem.

É preciso sair do estado de indiferença que nos caracteriza e acordar para responsabilidade de viver, preparando a vida terrena na direção da vida espiritual.

Não basta se dizer cristão e interpretar as lições evangélicas com grande entusiasmo. É imprescindível viver cada dia segundo o roteiro traçado pelos exemplos e ensinos de Jesus.

Autoria: Iracema L. Giorgini

Bibliografia:

- Xavier, Francisco Cândido. Palavras de Vida Eterna: atitudes essenciais. Ditada pelo Espírito Emmanuel, 17 ed. Uberaba – MG CEC 1992 

- Xavier, Francisco Cândido. Fonte Viva: Discípulos. Ditada pelo Espírito Emmanuel 14 ed. Rio de Janeiro – RJ FEB 1986 

- Xavier, Francisco Cândido. Livro da Esperança: nossas cruzes. Ditada pelo Espírito Emmanuel, 9 ed Uberaba – MG CEC 1987. 


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