Em entrevista especial à Revista Sexto Sentido, o professor Wagner Borges, especialista em projeção astral, fala de modo claro e objetivo sobre os Amparadores Espirituais - seres que auxiliam as pessoas na hora da morte - fornecendo detalhes impressionantes sobre a transição a que chamamos morte e as dimensões do outro lado da vida.
Nós sabemos que você faz parte de um grupo de Amparadores Espirituais no
plano astral, que ajudam as pessoas na hora da morte. Quem são esses
Amparadores e exatamente de que maneira eles, ou vocês agem?
- Os amparadores são um grupo de espíritos formado principalmente por
orientais. São egípcios, chineses, tibetanos, pessoas que já lidaram com
algo parecido aqui na Terra, em outras épocas, que desencarnaram e
estão em um nível excelente.
Quando o corpo espiritual se desprende do
físico durante o sono ou na morte, ambos estão conectados por um campo
energético, que é a aura. Nessa aura estão os chacras e os filamentos
energéticos que saem desses chacras e se juntam para formar uma ligação - a
ligação do espírito com o corpo através do conhecido cordão de prata.
Na hora do desprendimento definitivo ou morte, seres espirituais
bondosos e evoluídos aparecem e desconectam esses filamentos para
desprender o espírito, da mesma forma que um parteiro ajuda no
nascimento de um bebê e no desligamento da ligação que é o cordão
umbilical.
Os seres desligam o cordão de prata e sobra um coto de
cordão, só que não é no umbigo, mas na cabeça do corpo espiritual. Nesse
momento, normalmente a pessoa apaga, como um mecanismo da consciência.
Então ela é puxada para um vórtice, como se fosse uma passagem entre
dimensões - por isso as pessoas que têm experiências de quase-morte
falam sobre passar por um túnel de luz, que é uma abertura entre
dimensões.
Então, os Amparadores puxam a pessoa para fora do corpo e a
ajudam a atravessar o buraco energético, fazendo com que ela saia na
dimensão seguinte, que as pessoas chamam de plano espiritual ou plano
astral. Normalmente, ela desperta algumas horas ou dias depois num
hospital espiritual.
Esses hospitais foram construídos por seres
avançados, que elaboram formas mentais e as plasmam com o pensamento.
São construções energéticas que, para os espíritos naquela frequência,
são tão sólidos quanto os objetos desta nossa dimensão terrestre. Os
espíritos mais sutis atravessam esses ambientes porque são mais
rarefeitos, mas naquela dimensão, para quem está lá, os objetos são tão
densos quanto os daqui são para nós. A pessoa se vê num ambiente
propício para a recepção de recém-desencarnados, onde o que sobrou do
cordão de prata é então rompido.
A pessoa acorda num hospital
extrafísico após a morte, não porque esteja doente, mas para romper essa
conexão. Esses hospitais são locais de transição. Dali ela passa para a
dimensão correspondente ao seu nível. Nossos pensamentos e emoções se
plasmam energeticamente em nossa aura, em nosso corpo espiritual. Assim,
nós somos a somatória do que pensamos, sentimos e fazemos durante a
vida. A cada noite, quando nos desprendemos para fora do corpo físico, o
corpo espiritual carrega a vibração de tudo que ocorreu naquele dia. Na
hora da morte, a vibração do corpo espiritual é a soma de tudo que você
pensou, sentiu e fez durante uma vida inteira.
Pode-se dizer
que cada pessoa que desencarna carrega um campo vital contendo tudo o
que ela é como resultado de tudo o que desenvolveu e fez em vida. Quem
tem uma vibração ´x´ no corpo espiritual, após a morte é atraída para o
plano extrafísico de uma dimensão ´x´, compatível com a vibração que ela
porta.
O plano espiritual se divide em subdimensões. Muitos as
dividem em sete níveis, outros em três. Os que dividem em três fazem da
seguinte maneira: plano astral denso, plano astral médio e plano astral
superior. No denso estariam as pessoas complicadas, seria o chamado
umbral, o Inferno. O plano astral superior seria o Paraíso do
Espiritismo. E o plano astral médio seria onde se encontram as pessoas
mais ou menos, ou seja, iguais a nós, mais ou menos boas, mais ou menos
complicadas. Em outras palavras, a maioria.
E o lugar que os espíritas chamam de Umbral?
- A palavra umbral significa muro, e é a divisória entre o plano
terrestre e o plano astral mais avançado. Uma divisória vibracional,
onde quem tem o corpo espiritual denso não atravessa, como uma peneira
vibracional. Eu costumo dizer que Inferno e Paraíso são portáteis: você
carrega dentro. Se está bem, o Paraíso está dentro de você. Se sai do
corpo nessa condição, você é atraído por uma vibração semelhante a que
existe em seu interior. A passagem para o Paraíso está dentro de nós. E o
Inferno é a mesma coisa, é um estado íntimo. Veja uma pessoa cheia de
auto-culpa e compare com aquela imagem clássica do diabo colocando
alguém dentro da caldeira e espetando. A auto-culpa espeta mais do que
qualquer diabo, porque nem é preciso o Inferno vir de fora: ele já está
dentro e o diabo é você mesmo.
O Umbral é uma região muito
pesada porque reflete o estado íntimo de quem lá está. Você encontra
lugares que lembram abismos, cavernas escuras, tudo exteriorizado do
subconsciente dos espíritos, como formas mentais. Quando você olha no
fundo desses abismos vê que está cheio de espíritos, mas eles não voam,
são densos. Você encontra favelas no plano espiritual, cidades
medievais. Os espíritos vivem presos a formas mentais das quais, muitas
vezes, é difícil escapar. São esses que os seres evoluídos buscam ajudar
nessas dimensões.
E como eles fazem isso?
- Normalmente, resgatam os sofredores usando médiuns ou projetores
astrais fora do corpo, utilizando a energia do cordão de prata para se
tornarem mais densos e puxar as pessoas. É por isso que, desde os 15
anos, fui levado muitas vezes a esses ambientes para dar passes nos
espíritos, fora do corpo. Você dá um passe e isso muda o padrão
vibracional do corpo espiritual da pessoa. Tão logo isso acontece, os
espíritos mais avançados, que não tinham acesso, conseguem pegar a
pessoa e levar para um hospital extrafísico. Aí começa um tratamento
energético, puramente de luz, para desintoxicar os chacras extrafísicos
do corpo energético, e tratamento psicológico para fazer a pessoa
encarar sua situação, conseguir se entender e sair daquele problema. E
também é trabalho, terapia para que a pessoa saia daquilo sem ter
auto-culpa, porque a auto-culpa segura a pessoa no passado. Ela precisa
entender que Deus não condena ninguém.
Eu já passei por lugares
desse Umbral em que era tudo escuro, e eu sentia que passava por cima
de pessoas que se arrastavam. A única luz que tinha ali era a minha, um
ser humano. E algumas pessoas se seguravam em mim e falavam, "Anjo, me
tira daqui!". Eles achavam que eu era anjo porque tinha alguma luz.
E você não tinha como tirar essas pessoas de lá?
- Não, porque tinha ido tirar uma pessoa determinada. Eu estava
direcionado para pegar uma e puxar. E também, vários daqueles que estão
ali sofrendo e pedindo ajuda, se forem tirados daquele ambiente e
levados para um lugar melhor, basta que se recuperem um pouquinho e já
começam a aprontar. Esse pessoal precisa ralar um pouco para perceber
que não se pode fazer ao outro aquilo que você não quer que façam com
você. Não é uma punição divina, é causa e efeito. O que você fez para o
outro fica marcado em você. Eu cresci no Rio, na Baixada Fluminense.
Vários amigos meus morreram por causa de droga, outros porque se
tornaram policiais e morreram em tiroteio com bandidos, cumprindo o
dever, e outros se tornaram marginais. Um desses rapazes virou policial e
fez parte de um grupo de extermínio de bandidos. Eu já tinha me mudado
para São Paulo, e ele inclusive já não mora mais no Rio - deixou a
polícia, nem sei onde está. Eu despertei fora do corpo no Rio de
Janeiro, na rua do bairro onde cresci, e comecei a ouvir uma gritaria.
Lá na ponta da rua começou a aparecer uma energia alaranjada, pesada, e
de repente chega o rapaz correndo. Ele estava fora do corpo perseguido
por um grupo de doze espíritos, com pedaços de pau nas mãos - tudo
plasmado: facões, etc. Gritavam. "Pega, pega esse miserável!". E o
sujeito estava projetado fora do corpo, ou seja, fora do corpo ele é
perseguido pelos sujeitos que ele matou. Eles passaram correndo perto de
mim e, quando ele passou, eu vi que estava cheio de buracos de bala,
plasmado no corpo espiritual. Aí eu entendi uma coisa que o espírito
André Luiz sempre falou nos seus livros: cada coisa que você faz para o
outro fica marcada em você espiritualmente. Cada bala que ele tinha
enfiado em alguém, a marca estava nele, porque a forma mental do ato
ficou grudada nele. Se durante o sono ele já está assim, imagine na hora
em que desencarnar. Ele vai ficar nesse plano astral denso por um bom
tempo.
Lembra um pouco o filme Ghost.
- Muitas coisas ali são reais, e também o Sexto Sentido. Ou aquele
filme Amor Além da Vida, com Robin Williams - aquela parte de formas
mentais plasmadas. É a riqueza do filme. Aquela parte do Umbral, em que
ele vai buscar a mulher suicida, é baseada na Divina Comédia do Dante
Alighieri. Dante foi um grande projetor. Como vivia no século XIV, em
Florença, Itália, ele não podia falar abertamente porque iria para a
fogueira. Aí ele camuflou os relatos. Todas as pessoas que se projetam e
já foram nesses planos pesados sabem que o Dante era um viajante
astral, porque já viram coisas parecidas. É uma outra realidade, que a
humanidade não conhece. Mas uma coisa é certa: não vale a pena fazer o
mal. Não é que deus vai punir ou o Diabo vai pegar, mas você carrega de
dentro de si tudo aquilo para fora e forma o ambiente. Todo algoz se
transforma em vítima. O que Jesus ensinou sobre tentar fazer o bem,
tentar ajudar os outros na medida do possível não foi à toa. Aquilo não
tem nada de religioso - é código de vida.
- Wagner Borges -
AMPARADORES ESPIRITUAIS - PARTE II
(Segunda parte da matéria, publicada na Revista Sexto Sentido N. 22 - junho de 2001).
O especialista em projeção astral Wagner Borges conversou com a Revista
Sexto Sentido sobre sua atuação como amparador espiritual, ajudando
espíritos que encontram dificuldades para enfrentar a vida após a morte
do corpo físico.
Você já presenciou alguns desencarnes?
- Sim. Eu já vi pessoas morrerem e servi como elemento de ajuda no
desprendimento. Outro dia tive uma experiência. Vi um barco bem
primitivo, cheio de africanos, que estava fugindo de alguma coisa. O
barco virou e todos morreram afogados. Eu vi os espíritos saírem do
corpo e, na hora, apareceu uma mulher hindu, desencarnada, que estendia
as mãos e projetava luz, puxando os espíritos e enfiando-os dentro de um
vórtice de energia. Eu já sabia que eles seriam recebidos do lado de
lá. Mentalmente ela me disse que os seres humanos são cegos e não estão
vendo esse amor, que os leva para o outro lado na hora certa. Que todo
mundo recebe assistência.
Quem define a vinda desse ser, que chega para ajudar? Ele sabe o que vai acontecer com antecedência?
- Ela já sabe que vai acontecer. O processo de reencarnação não é
aleatório. Existe uma organização extrafísica, com seres mais avançados
que coordenam os processos daqueles que estão submetidos à roda
reencarnatória. Vou dar um exemplo: quando você era pequeno, você não
escolheu o colégio em que estudou - seu pai e sua mãe o levaram para lá.
Depois, você cresceu e pôde escolher seu caminho. Quando uma
consciência ainda não sabe o que é melhor para ela, seres mais avançados
coordenam o processo até ela alcançar a maturidade para decidir o
caminho. Então, esses seres fazem com que ela reencarne em países e
situações adequados para aquela determinada alma aprender o que precisa.
Às vezes, você vem para uma vida para aprender uma única característica
que está faltando. Nós temos livre arbítrio e podemos, por exemplo,
encurtar o tempo. O suicida é um exemplo disso. Ele vem com uma carga
vital e acaba se suicidando. Vamos chamar a vida na Terra de ano letivo:
o corpo é o uniforme, o planeta é a escola. Você é enviado para uma
série, cada vida é uma série. Ao longo da vida certas coisas vão
acontecer e não são livre arbítrio, mas experiências que esses
professores preparam para que a pessoa aprenda algo. Mas existe o livre
arbítrio. Dentro da sala de aula, o aluno não escolhe o currículo que
vai estudar, mas, por exemplo, pode escolher fazer amizade com o colega
ao lado ou não. Ele pode estudar mais ou menos. Pode quebrar a carteira
ou não. A postura do aluno dentro da sala de aula é livre arbítrio - o
currículo que o aluno vai estudar é programado. Como o aluno reage a
esse currículo é livre arbítrio.
E os ciclos
familiares? Dizem que ficamos reencarnando junto com as mesmas pessoas
de um determinado ciclo até as pendências entre todas serem resolvidas.
- Depende - isso também é relativo. Existem milhares que reencarnam ao
longo dos séculos e acabam se encontrando ao longo das vidas, mas têm
muitas pessoas que ainda estamos conhecendo, que não vêm de uma vida
passada. Alguns se perguntam: se há reencarnação, por que a população da
Terra continua aumentando? Porque vêm pessoas de outros planetas para
cá. Existem milhares de humanidades semelhantes à nossa, espalhadas pela
galáxia, na mesma evolução que nós. Existem milhares de outras bem
superiores, e milhares bem inferiores.
O que ocorre quando existe uma grande catástrofe, como terremotos?
- É uma espécie de carma coletivo. As pessoas são atraídas para o
lugar. Por exemplo, se precisa passar pela experiência de morrer em um
terremoto, você não vai nascer no Brasil, mas na Califórnia, nas
Filipinas, no Japão, em países sujeitos a terremotos. O pessoal que
programa isso do lado de lá vai encaixar a pessoa num lugar em que ela
passe por aquela experiência. Isso já é direcionado. Quando ocorre a
tragédia coletiva, o pessoal do lado de lá já sabe com antecedência e
todos se preparam bem antes. Do mesmo jeito que existem bancos de sangue
nos hospitais, existem bancos de energia do lado de lá. Como esses
espíritos são sutis e as pessoas que estão desencarnando, muitas delas,
estão em condições bastantes densas, vários meses antes eles começam a
extrair energia de médiuns, de pessoas bondosas, de grupos ocultistas,
espíritas, iogues. Eles captam essas energias sem ninguém saber e vão
guardando dentro de aparelhos extrafísícos. Quando ocorre a tragédia,
eles usam essa energia para romper os cordões de prata, porque são
energias de seres humanos para seres humanos, mais compatíveis. Eu já vi
isso do lado de lá. Esses seres espirituais que ajudam - os chamados
amparadores, guias espirituais ou benfeitores - são pessoas, seres
humanos desencarnados. Entre eles você vai encontrar desde gente quase
igual a nós, do mesmo nível, pessoas bacanas, até aquele ser
superavançado que nem mais parece gente como nós, mas uma criatura
totalmente de luz.
E como alguém é recrutado para essa função?
- Na verdade, nós somos agentes interdimensionais e já fazíamos parte
dessa equipe do lado de lá. Apenas reencarnamos para servir de suporte
aos outros. A maioria dos sensitivos que conheço é dessa turma, e é por
isso que a comunicação que tenho com eles é natural. Eu não acho que
eles são superiores a mim, eles são meus colegas. Agora, é claro que vai
ter um colega mais ou menos igual, um mais complicado e um mais
avançado, como qualquer grupo de amigos. Você vai ter um amigo que é
gênio, um amigo que é chato e um que é igual a você. Espíritos são
apenas seres humanos extrafísicos, eles não são divindades. Por exemplo,
eu não faço preces para espíritos. Quando ergo a mente em
agradecimento, penso num Todo, numa Consciência Cósmica, e se eu tiver
de pensar em alguém, penso em alguém como Buda, Jesus, não como foco
religioso, mas como foco de inspiração, de exemplo.
Você tem um mentor?
- Tenho vários mentores. Existem sempre dois ou três que me acompanham
há mais tempo. Um deles se chama Vyasa, um hindu, e é quem eu chamo de
mentor de muitas coisas que escrevo. Esse é muito presente. Tem outro
que aparece como um chinês. E, dependendo da atividade do momento, um ou
outro é mais presente. Tecnicamente falando, guia espiritual é qualquer
um que ajude você em algum caminho. Até o ser humano ao seu lado pode
ser seu guia, se ele abre caminho para você. Mas, por melhores que sejam
os guias, nenhum deles pode caminhar por nós. O que eles podem fazer é
apontar caminhos, sugerir idéias. E os guias também não tiram obstáculos
do caminho, porque esses obstáculos nos fazem crescer. Isso equivale a
uma prova na qual o professor não pode dar as respostas ao aluno. O
guia, que é um professor, um mestre extrafísico, não pode dar resposta
de alguns dramas, porque você aprende mais na crise. Se o guia
eliminasse a prova a pessoa não desenvolveria aquela qualidade. A função
do guia, então, é tentar inspirar, para que você agüente o tranco da
prova, para que sua paciência seja grande, para que seu amor não decaia,
para que sua luz continue acesa, mesmo que tudo esteja em trevas à sua
volta.
E quando o guia vê, por exemplo, que uma pessoa vai cometer suicídio?
- Ele tenta o máximo possível jogar ondas mentais para ajuda-la. Só que
a pessoa costuma estar tão fechada em suas próprias formas mentais que
fica impermeável. É a mesma coisa que tentar conversar com um bêbado.
Ele não escuta. Eu costumo dizer que muitas pessoas estão embriagadas
emocionalmente: elas não bebem álcool, mas bebem emoções pesadas, tão
pesadas que a capacidade de discernimento desaparece. A pessoa é
impermeável a tudo de bom que alguém tenda dizer para ela aqui mesmo, na
Terra; imagine do lado de lá. Aí entram as leis de causa e efeito: a
cada um segundo os seus pensamentos, os seus sentimentos e os seus atos.
É a lei mais justa que conheço, na qual cada um recebe, lá na frente,
aquilo que fez. Nós vamos semeando a pista em que iremos andar; alguns
jogam pregos, e daqui a pouco começam a furar o pé nos pregos que
jogaram. Mas existem pessoas que jogam flores.
Isso é causa e
efeito, é carma, não tem nada a ver com punição. O umbral não é criação
divina, é criação humana, porque esse plano é plasmado a partir das
coisas trevosas que estão dentro de nós. Foi o ser humano trevoso que
criou o plano astral pesado, da mesma forma que o ser humano avançado
criou o plano astral avançado.
Existem idosos que
desencarnam e seu espírito se manifesta para pessoas 20, 30 anos depois
com a mesma aparência envelhecida. Outros parecem mais jovens. Por que?
- O corpo físico não reflete nosso estado íntimo. Por exemplo, eu posso
estar mal, mas disfarçar e ficar rindo, e você não vai saber que estou
mal. O corpo físico, o rosto é uma máscara que não reflete o que
pensamos, por isso, podemos enganar uns aos outros. Quando você sai do
corpo, o corpo espiritual reflete o que você pensa, de modo que não dá
para enganar o seu estado íntimo. Até aqui, no plano físico, às vezes
você vê um ancião e ele tem viço na expressão; outras vezes você vê um
jovem e ele está apagado. Quando a pessoa deixa o corpo, o espírito que
estava dentro dele, independente da idade, pode remoçar, porque seu
estado íntimo é jovem e o corpo espiritual plasma uma imagem remoçada.
Aquele que estava mal pode aparecer envelhecido, carregado.
Se a pessoa deixa o corpo com uma doença, ela pode continuar com a doença no astral?
- Pode continuar até se desprender do condicionamento da doença. Por
exemplo, muitos cegos passaram tantos anos sem enxergar que acham que
não conseguem ver. Então, às vezes é feito um trabalho psicológico para a
pessoa perceber que não está cega e que aquilo é um condicionamento.
Uma vez eu vi um desencarnado que voava numa cadeira de rodas. Ele não
saía da cadeira porque passou 50 anos sentado em uma. Essa cadeira não
era mais física, virou psíquica, era o apoio dele. O homem desencarnou e
carregou a forma mental da cadeira de rodas. Depois de um tempo ele vai
se descondicionar e passa a voar normalmente, mas às vezes a morte não
quebra um condicionamento.
Mesmo depois do espírito
ter passado por um hospital extrafísico, onde seu cordão astral é
rompido, ele passa por um tratamento para se adaptar à nova realidade de
sua existência sem corpo?
- Muitas vezes. O
tratamento nos hospitais é energético, mas quem pode mudar sua
consciência? Pode-se tentar mudar a energia, deixar a pessoa mais leve,
mas ela mesma pode fazer esse processo ficar arrastado, lento. Sem falar
daqueles que não aceitam ter morrido, devido a vários fatores. A pessoa
se vê num corpo espiritual que reflete a aparência do físico; ela olha
para si mesma e pensa que não morreu, porque está com o mesmo corpo, ou
porque Jesus não apareceu como tinha sido prometido, ou porque achava
que depois da morte ia ficar dormindo até o dia do Juízo Final. E, se
perguntam a ela por que ninguém a vê, ela diz que estão todos cegos. A
pessoa arranja mil e um motivos para não admitir o que aconteceu.
Imagine as pessoas que negam a morte a vida inteira - quando morrem
elas não vão querer discutir isso e arranjam uma camuflagem psicológica,
distorcendo a realidade. Uns falam que é um pesadelo, que vão acordar e
descobrir que tudo aquilo não é verdade. Ou que os espíritos à sua
volta são demônios, que estão torturando. A pessoa fica num estado de
confusão e, às vezes, demora para melhorar. Mas uma coisa eu garanto:
toda pessoa que está bem por dentro tem um processo muito mais rápido do
lado de lá. E uma coisa com a qual as pessoas não podem se enganar: uma
excelente pessoa pode morrer violentamente, atropelada, ou assassinada.
O fato do corpo dela ter ficado em picadinhos embaixo de um carro não
significa que ela esteja mal. Um segundo depois ela pode estar bem do
lado de lá. E o fato de alguém morrer na cama, dormindo, não garante que
ela vá estar bem do outro lado. Tem muito pilantra que morre dormindo.
As pessoas se iludem com a aparência do cadáver. O gênero de morte não
determina a qualidade da consciência, porque o que determina essa
qualidade não é a morte e sim o que se fez em vida.
Existem pessoas que, antes de deixar o corpo, começam a ver parentes já falecidos.
- Isso porque eles geralmente vêm ajudar, vêm puxar a pessoa para fora.
Ainda mais alguém de idade, que já está adoentado, com os sentidos
físicos amortecidos. Essa pessoa está tendo um adiantamento e, dias
antes, já começa a ver o pessoal. Eu acho legal a pessoa se desprender
consciente do processo, porque ela carrega essa certeza dentro dela e,
nas próximas vidas, nasce encarando a questão da morte como algo
natural.
Uma dica que eu dou para o leitor: se a pessoa
porventura estiver saindo do corpo na hora da morte, e estiver
consciente, ele vai ver seres a sua volta. Se vir algum vórtice
energético, ela deve entrar, porque irá fazer uma passagem de dimensões
tranqüila. Se ela não vir ninguém - porque, às vezes, devido à diferença
vibracional nessa hora, o cordão de prata ainda não se rompeu; os seres
estão ali, mas a pessoa não está vendo - , um conselho que eu dou é
estender as mãos para a frente e projetar luz no centro da testa. O que
acontece? O padrão dimensional do corpo espiritual dela muda e ela vê
todo mundo ao redor.
E o que acontece depois que alguém desencarna, passa por um hospital e já se encontra adaptada a sua dimensão?
- Nessas dimensões existem cidades extrafísicas plasmadas por seres
avançados, nas quais vivem comunidades de espíritos. Quando a pessoa sai
do corpo, vê o ambiente imediato, o quarto, a cama. A próxima dimensão é
o umbral, o plano astral mais pesado. Passando por ele, estão os
hospitais extrafísicos e, a seguir, as cidades astrais. A pessoa não
precisa passar por uma dimensão inferior para chegar à outra, porque é
uma questão de sintonia. Não é um deslocamento espacial, mas um
deslocamento de consciência.
Essas cidades, que existem sobre
os lugares físicos, lembram os ambientes imediatos de onde a pessoa
saiu. Por exemplo, uma cidade extrafísica por cima de São Paulo reflete
uma realidade igual à de São Paulo. Os espíritos mantêm uma realidade
igual paralela para que a pessoa se sinta ambientada logo que
desencarna. Nessas cidades espirituais não existem problemas de dinheiro
ou violência - é como se fosse a humanidade legal, projetada do lado de
lá. É um ambiente humano, com nível igual ao nosso aqui, só que
projetado do lado de lá. Então, as pessoas têm atividades de trabalho,
lazer, como aqui, mas tudo simplificado e aprofundado. Ou seja, é o
plano físico perfeito. Depois dessas cidades extrafísicas - em que a
pessoa recupera a lembrança de vidas passadas, reaprende a voar, retoma
ao seu nível -, ela passa para outra frequência, mais compatível com seu
estado interno. São os chamados lugares de estudo e aprendizado. Todo
mundo que está ali sabe que teve outras vidas, lembra de tudo, sabe
mexer com energia e já ajuda os outros. Nesses ambientes você ainda vê a
divisão homem e mulher. Espírito não tem sexo, mas eles mantêm a
identidade.
Wagner Borges
Fonte:http://www.ippb.org.br/wagner/entrevistas/amparadores-espirituais
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