Agressividade (Joanna de Ângelis)

O agressor deve ser examinado como alguém perturbado em si mesmo, em lamentável processo de agravamento. Não obstante merece tratamento a agressividade, que procede do espírito cujos germes o contaminam, em decorrência da predominância dos instintos materiais que o governam e dominam.

Problema sério que exige cuidados especiais, a agressividade vem dominando cada vez maior número de vítimas que lhe caem inermes nas malhas constritoras.

Sem dúvida, fatores externos contribuem para distonias nervosas, promotoras de reações perturbantes, que geram, não raro, agressividade naqueles que, potencialmente, são violentos.

Acostumado à “lei da selva”, o espírito atribulado retorna à carne galvanizado pelas paixões que o laceram e de que não se deseja libertar, favorecendo facilmente que as reminiscências assomem ao consciente e se reincorporem à personalidade atual, degenerando nas trágicas manifestações da barbárie que ora aterram todas as criaturas.

A agressividade reponta desde os primeiros dias da vida infantil e deve ser disciplinada pela educação, na sua nobre finalidade de corrigir e criar hábitos salutares.

A pouco e pouco refreada, termina por ceder lugar às expressões superiores que constituem a natureza espiritual de todo homem.

O espírito é constituído pelos feixes de emoções que lhe cabe sublimar ao império dos renascimentos proveitosos.

O que não corrija agora, transforma-se em rude adversário a tocaiá-lo nas esquinas do futuro.

O temperamento irascível, aqui estimulado, ressurge em violência infeliz adiante.

O egoísmo vencido, o orgulho superado cedem lugar ao otimismo e à alegria de viver para sempre.

O agressivo torna-se vítima da própria agressividade, hoje ou posteriormente.

O organismo sobrecarregado pelas toxinas elaboradas arrebenta-se em crise de apoplexia fulminante.

A máquina fisiológica sacudida pelas ondas mentais de cólera, sucumbe, inevitavelmente, quando não desarranja a aparelhagem eletrônica em que se sustenta, dando início aos lances da loucura e das aberrações mentais.

Outrossim, gerando ódio em volta de si, o agressivo atrai outros violentos com os quais entra em choque padecendo, por fim, as consequências das arbitrariedades que se permite.

Não foi por outra razão que Jesus aconselhou a Simão, no momento grave da Sua prisão: “Embainha a tua espada, porque quem com ferro fere, com ferro será ferido.”

Acautela-te, e vence a agressividade, antes que ela te infelicite e despertes tardiamente. Só o amor vence todo o mal e nunca se deixa vencer.

Joanna de Ângelis;
Psicografia: Divaldo Pereira Franco;
Do livro: Leis Morais da Vida.


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