Escolhas (Hammed)

Ora, se Deus veste assim a erva do campo, que existe hoje e amanhã será lançada no forno, quanto mais a vós, homens fracos na fé!”. (Lucas, 12:28.)

A qualquer instante, cada um de nós tem a possibilidade de reescrever o texto, de reelaborar o conteúdo do livro da própria existência.

É compreensível resistirmos ou ficarmos receosos quando a vida nos solicita tomar uma decisão, mas não podemos nos esquecer de que os “amanhãs” cuidarão de si mesmos e que o importante é vivermos bem o dia de hoje. Disse Jesus: “se Deus veste assim a erva do campo, que existe hoje e amanhã será lançada no forno, quanto mais a vós, homens fracos na fé!”.

O procedimento utilizado diante de cada fato ou acontecimento influenciará, de modo incontestável, nosso desenvolvimento futuro e, acima de tudo, determinará nossa qualidade de vida no presente.

Decidir qual o melhor momento de aceitar ou discordar conceder ou renunciar, ir junto ou retirar-se, não é tão fácil quanto pensamos, pois fazer escolhas apropriadas requer um trabalho interior intenso ao longo do tempo, alicerçado sobre exame paciencioso e reflexões constantes.

Optar por decisões convenientes é o resultado de um exercício contínuo de afinação com a “Vontade de Deus”, que reside em todas as criaturas. Ela — a “imago Dei”— representa um “livro sagrado” que deve desvendar-se no íntimo de cada um. Tem por fim atrair o ponteiro da “bússola interior”, que indica o norte, o porto seguro, na travessia do mar da existência.

Todos aqueles que sintonizaram com essa “bússola interna” conquistaram a fé raciocinada, o senso crítico, a uniformidade no proceder, o nexo causal e a coerência de pensamentos.

O aumento da capacidade de se relacionar com o “Eu Superior” exige treino, coragem, paciência e determinação. A habilidade de escolher adequadamente não é jamais produto do acaso ou de reações acidentais, mas é diretamente proporcional à dedicação da criatura que sabe silenciar a mente e permanecer num estado de espírito que favoreça o isolamento de seu interior dos estímulos externos.

seus discípulos quando encontrou aprendizes de outro mestre, e um deles logo foi dizendo: “Nosso mestre é um grande avatar. Ele levita e faz materializações extraordinárias. Nós mesmos 8 presenciamos isso, somos testemunhas!” E, fixando o olhar nos discípulos de Buda, inquiriu: “O que vocês têm a dizer sobre seu mestre? O que ele pode fazer, que milagres realiza?”.

Sidarta Gautama tudo escutava silenciosamente e deixou a cargo de seus companheiros a resposta. Apenas observava o desempenho de cada um.

Então, um logo se adiantou e respondeu: “Nosso mestre, quando está com fome, come; e quando ele tem sono, dorme. Ele nos ensina a andar, quando estamos andando; a comer, quando estamos comendo; a sentar, quando estamos sentados.

E um deles, inconformado, exclamou: “O que vocês estão falando?! Chamam de milagres o óbvio?! Todos fazem essas coisas!”

E o ponderado discípulo de Buda retrucou: “Engano de vocês. Quase ninguém faz isso. Quando as pessoas dormem pensam sem cessar, estão dispersas no sono. Quando comem, estão distraídas, falando mil coisas. Quando andam, estão desatentas e qualquer ocorrência lhes rouba a atenção. Mas, quando meu mestre dorme, ele apenas dorme: somente o sono existe naquele momento, nada mais. E quando sente fome, ele apenas come. Ele sempre está no lugar onde deve estar, ou seja, jamais é arrebatado pelos fatos ou acontecimentos que se foram e pelos que hão de vir; vive sempre no momento presente”.

Nós precisamos estar presentes. A mente precisa estar a todo momento ligada aos nossos sentidos e emoções mais profundos, para poder diferenciar quando a vida nos pede uma ação radical ou uma atitude de aceitação.

As nossas escolhas, adequadas ou não, devem ser por nós exercitadas, devem ocorrer por nossa livre escolha. A Espiritualidade Superior não deseja fazer-nos seus dependentes ou indivíduos inconscientes do processo da vida, que pedem e esperam eternas orientações.

Os benfeitores da Terra, ou de qualquer dimensão do Invisível, não querem nos transformar em seres vacilantes ou inseguros, nem em andróides ou fantoches, guiados pelos outros, e sim despertar nossa “dimensão esquecida” e religar nosso “elo perdido” ao Poder da Vida, a fim de que façamos escolhas proveitosas e ajustadas à realidade material e à espiritual.

Vale lembrar que: quem não toma decisões por si só é inseguro e imaturo; quem não sabe raciocinar é facilmente enganado; e quem não se permite utilizar o livre-arbítrio ou a liberdade de consciência é um escravo das opiniões alheias.

Espírito Hammed;
Psicografia: Francisco do Espírito Santo Neto;
Do livro: Um Modo de Entender Uma Nova Forma de Viver, cap. 41.


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