A vida fora do corpo físico (relato de Luiz Sérgio)

Luiz Sérgio (1949 - 1973)

Não tive um Natal triste. Já estou me acostumando a encontrar alegria em outras fontes, diferentes das que buscamos quando encarnados. 

Nosso tipo de vida aqui difere bastante. Talvez seja devido a não termos um corpo que nos solicite atenções em demasia; nunca podíamos dedicar-nos inteiramente a uma atividade: nós a interrompíamos para atender às múltiplas exigências que iam desde à higiene até às refeições. Também demorávamos muito tempo com a locomoção e com a transmissão de ideias e recados.

Hoje, noto que me faço entender pelos companheiros com grande facilidade e as ideias são mais claras. Transmito as mensagens com mais clareza e nitidez. Se esta, por exemplo, não tivesse de ser escrita, eu já teria terminado de transmiti-la, na íntegra.

O corpo, pois, opõe forte resistência ao espírito que precisa ser muito forte para impor suas tendências e conseguir executar as tarefas. Ora, quando livre dele, no início, achamo-nos sobremaneira leves e só algum tempo depois nós nos acostumamos com a nova densidade.

Sim, é esse o termo que se deve empregar, porque somos menos densos que a matéria que forma nosso corpo carnal, porém, conforme já expliquei em mensagem anterior, a densidade é relativa ao ambiente que nos serve de palco para a nova vida.

Há grande dificuldade de nos imiscuirmos no ambiente dos encarnados, porque precisamos readaptar-nos para ver, ouvir e falar, isto é, transmitir nossos pensamentos. 

Grande número de espíritos recém-desencarnados costumam manter contato vibratório com o plano que deixaram e de tal forma se apegam a ele que não desenvolvem a capacidade de ver ou notar, de qualquer forma, os espíritos que os rodeiam. 

Talvez esses irmãos, ainda com os sentidos espirituais embotados pela permanência no corpo e sem terem tido notícia da vida espiritual, sintam medo do silêncio e da escuridão que envolvem aqueles que não possuem sentidos para perceber a vida que os cerca após a morte.

Há espíritos que vêem, ouvem, mas se apavoram e procuram esconder-se, quase sempre, nos lugares que costumavam frequentar, principalmente em seus lares.

Quando um espírito desencarna, é bom que se recolha em prece assim que perceba estar despertando em lugar desconhecido para ele. Como a prece é o melhor remédio contra o desequilíbrio, ao fazê-la buscamos manter-nos em ligação com os altos planos de vida, abrindo, se assim se pode dizer, as comportas dos sentidos espirituais, que começarão a detectar os estímulos que lhe são enviados. Logo perceberá o som, a luz, o odor e, finalmente, o tato. O tato, primeiro sentido a desenvolver-se no corpo é o último a se ter consciência quando desencarnamos.

Espírito: Luiz Sérgio;
Psicografia: Alayde de Assunção e Silva;
Do livro: Novas Mensagens, cap. 23.

Biografia de Luiz Sérgio:


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