A Psicosfera

Hoje trataremos de um tema muito atual e atemporal, algo que acompanha a humanidade desde seu início, algo que ajuda e estimula nossos comportamentos e atitudes como sociedade que somos e onde nos situamos. Algo que compõe as afinidades e direções às quais nos apegamos e compactuamos, A PSICOSFERA. 

Como material de apoio, vou utilizar um capítulo da obra OS MENSAGEIROS, ditada pelo Espírito André Luiz e psicografada por Chico Xavier. Especificamente no capítulo 18, “Informações e esclarecimentos”, encontramos precioso material de exemplificação. 

A história narrada no livro perpassa toda época da segunda guerra mundial (1939-1945) e neste capítulo temos a clara noção de como afetamos e somos afetados pelo plano espiritual. 

“(…)Nossos aparelhos assinalam aproximação de grande tempestade magnética, ainda para hoje. Sangrentas batalhas estão sendo travadas na superfície do globo. Os que não se encontram nas linhas de fogo permanecem nas linhas da palavra e do pensamento. 

Quem não luta nas ações bélicas está no combate das idéias, comentando a situação. Reduzido número de homens e mulheres continuam cultivando a espiritualidade superior. É natural, portanto, que se intensifiquem, ao longo da Crosta, espessas nuvens de resíduos mentais dos encarnados invigilantes, multiplicando as tormentas destruidoras” 

(…) “A Humanidade parece preferir a condição de eterna criança. Faz e desfaz os patrimônios da civilização, como se brincasse com bonecas. Nossos amigos suportam pesados fardos de serviço para que as tormentas magnéticas, invisíveis ao olhar humano, não disseminem vibrações mortíferas, a se traduzirem pela dilatação de penúrias da guerra e por epidemias sem conta. 

(…) Fomos notificados de que as súplicas da Europa dilaceram o coração angélico dos mais altos cooperadores de Nosso Senhor Jesus-Cristo. Aos terríveis bombardeios na Inglaterra, na Holanda, Bélgica e França, sucedem-se outros de não menor extensão” 

(…) “– Embalde voltarão os países do mundo aos massacres recíprocos. O erro de uma nação influirá em todas, como o gemido de um homem perturbaria o contentamento de milhões. A neutralidade é um mito, o insulamento uma ficção do orgulho político. 

A Humanidade terrestre é uma família de Deus, como bilhões de outras famílias planetárias no Universo Infinito. Em vão a guerra desfechará desencarnações em massa. Esses mesmos mortos pesarão na economia espiritual da Terra. Enquanto houver discórdia entre nós, pagaremos doloroso preço em suor e lágrimas. 

A guerra fascina a mentalidade de todos os povos, inclusive de grande número de núcleos das esferas invisíveis. Quem não empunha as armas destruidoras, dificilmente se afastará do verbo destruidor, no campo da palavra ou da ideia. 

Mas, todos nós pagaremos tributo. É da lei divina, que nos entendamos e nos amemos uns aos outros. Todos sofreremos os resultados do esquecimento da lei, mas cada um será responsabilizado, de perto, pela cota de discórdia que haja trazido à família mundial” 

Os instrutores são claros em seus apontamos. E não é difícil entender os pontos aqui colocados à luz da Doutrina Espírita. Se nossos pensamentos já são capazes de influenciar a nossa sintonia e são exteriorizados ao Plano Espiritual, que diremos em caso de um conflito de tamanha magnitude? Essa guerra em particular abarcou todos os Estados do globo, e mesmo aqueles que não participaram dos conflitos diretamente, de alguma forma escolheram um lado e sintonizaram suas idéias ali. Vibraram em prol de alguma causa e contribuíram diretamente para as batalhas / consequências. Nossas vibrações se aglutinam em interesses, e do micro ao macro, expandimos a psicosfera que nos é própria. 

A psicosfera é, portanto, a soma dos ideais vibratórios que alimentamos. 

A Terra é um planeta de provas e expiações, o que significa que todos temos um nível similar de adiantamento espiritual e moral. Há discrepâncias, mas não são absolutas. 

Temos missionários do amor que nos concedem suas bênçãos e nos iluminam de tempos em tempos, mas a realidade do planeta ainda é dura. Compartilhamos deste campo de provas como uma família universal, inclusive no plano espiritual. 

As sintonias que cativamos lá e aqui são os nossos frutos. Caso semeadura de caridade seja nossa obra, colheremos em ambos os planos bons frutos. O inverso é absolutamente verdadeiro. 

Jesus disse :

“Não ajunteis para vós tesouros na terra, onde a traça e o caruncho os corroem e onde os ladrões arrombam e roubam, mas ajuntai para vós tesouros no céu, onde nem a traça nem o caruncho corroem e onde os ladrões não arrombam nem roubam; pois onde está teu tesouro aí estará também teu coração” (MATEUS, 6:19-21) 

Nosso tesouro pode também ser entendido como a psicosfera que criamos, pois ela é produto imediato de nossos pensamentos e intenções. Ódio, vingança, crueldade, mesquinharia, tudo isso aglutina elementos ao nosso pensamento e atitudes, ou seja, desenha ao nosso redor elementos que atraem iguais. Logo, qual a sintonia que alimenta nossa psicosfera? No caso de conflitos bélicos, é uma espiral de ódio e vingança que se retroalimenta rumo à destruição mútua. 

É como se o conflito fosse um subproduto da conjunção de vários ideais aglutinados. O encorajamento necessário para que se inicie um conflito v?m dessas vibrações. Eis porque o orientador aplica frase de grande teor educativo: 

“Quem não empunha as armas destruidoras, dificilmente se afastará do verbo destruidor, no campo da palavra ou da ideia”. Uma vez que estamos inseridos em sociedade complexa, há de se questionar que tipo de vibrações alimentamos coletivamente? Quantas vezes nos lembramos de pedir em oração por aqueles que dirigem e coordenam grandes coletividades? 

A ORAÇÃO é a única arma eficaz de dissolução magnética que possuímos. Ela precisa ser acompanhada de pensamentos e ações melhores, mas através dela é que podemos cultivar melhores aspirações e iniciar a mudança. Nenhuma reforma íntima plena passou sem que se iniciasse através de sincera prece. 

É o que fica claro no último parágrafo do capítulo: 

“– Nestes tempos, contudo (…) –, a prece é uma luz mais intensa no coração dos homens. Bem se diz que a estrela brilha mais fortemente nas noites sem luz. Imaginem que, para iniciar providências de recepção aos desencarnados em desespero, já fui, mais de uma vez, aos serviços de assistência na Europa. Há dias, em missão dessa natureza, fomos, eu e alguns companheiros, aos céus de Bristol. 

A nobre cidade inglesa estava sendo sobrevoada por alguns aviões pesados de bombardeio. As perspectivas de destruição eram assustadoras. No seio da noite, porém, destacava-se, à nossa visão espiritual, um farol de intensa luz. Seus raios faiscavam no firmamento, enquanto as bombas eram arremessadas ao solo. 

A chefia da expedição recomendou nossa descida no ponto luminoso. Com surpresa, verifiquei que estávamos numa igreja, cujo recinto devia ser quase sombrio para o olhar humano, mas altamente luminoso para nossos olhos. Notei, então, que alguns cristãos corajosos reuniam-se ali e cantavam hinos. 

O Ministro do Culto lera a passagem dos Atos, em que Paulo e Silas cantavam à meia-noite, na prisão, e as vozes cristalinas elevavam-se ao Céu, em notas de fervorosa confiança. Enquanto rebentavam estilhaços lá fora, os discípulos do Evangelho cantavam, unidos, em celestial vibração de fé viva. 

Nosso chefe mandou que nos conservássemos de pé, diante daquelas almas heroicas, que recordavam os primeiros cristãos perseguidos, em sinal de respeito e reconhecimento. Ele também acompanhou os hinos e depois nos disse que os políticos construiriam os abrigos antiaéreos, mas que os cristãos edificariam na Terra os abrigos antitrevosos”. 

Que possamos conservar em mente esse exemplo e batalhar na oração e nos pensamentos para alimentar uma psicosfera melhor, ao nosso redor, ao país e ao Planeta que habitamos hoje. Essa psicosfera é nosso principal legado.

Fonte:http://espiritismolivre.com/?p=446


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