150 Anos do Evangelho Segundo o Espiritismo

O Evangelho Segundo o Espiritismo completa cento e cinquenta anos (1864-2014). Fato que conduz à reflexão maior sobre o ensino legado pelo Cristo. Através de vinte e oito capítulos bem delineados e convincentes, Allan Kardec abre vinte e oito portas de consolo e esperança.

Com sua vasta cultura e eloquente verve, o mestre de Lion, inicia falando sobre a autoridade da Doutrina Espírita, que repousa sobre o controle universal do conhecimento dos Espíritos. Sobre Sócrates e Platão traz informações históricas comprovando a autenticidade da ideia cristã no pensamento e na obra desses precursores do Espiritismo.

Ao abrir a análise sobre as três revelações Kardec mostra que nem Jesus e nem a Doutrina Espírita vieram para destruir os postulados que norteiam a evolução moral da Humanidade.

Sob o ponto de vista da vida futura, mostra a veracidade da afirmativa do Cristo: “Meu reino não é deste mundo.”

Das muitas moradas da casa do Pai descortina o Universo Infinito.

Defende e pontua os princípios das vidas sucessivas, comprovando a veracidade do diálogo entre Jesus e Nicodemos.

Pela lógica do Sermão do Monte passa a justiça das aflições e o advento do Cristo Consolador. Deixa claro que as bem-aventuranças são degraus, por sinal oito degraus bem estabelecidos, para que o Homem avance, galgando passo a passo, a conquista de si mesmo.

O maior mandamento do Cristo consolida a Lei e os Profetas e dá credibilidade ao exercício da fé e da caridade como rotas para Deus.

Pagar o mau com o bem não é retórica. É antídoto para os males que afligem a humanidade sofredora.

A doação sem intenções educa para que a mão esquerda não saiba o que faz a direita.

A vivência da piedade como norma de justiça culmina no honrar Pai e Mãe.

Das quarenta e quatro parábolas trazidas pelo Mestre Galileu como toque de despertar para o Espírito imortal, seleciona sete passagens e traduz-lhes as pérolas de iluminação.

Jesus na casa de Zaqueu abre espaço para o confronto das provas das facilidades e dificuldades materiais, emocionais, intelectuais e até espirituais.

Da perfeição que se busca traça a sementeira perfeita: são muitos os chamados e poucos os escolhidos, mas nenhuma dificuldade que a fé que transporta montanhas não possa vencer.

O trabalho é fonte de progresso em qualquer instância da vida. Seja na primeira ou na última hora, o importante é agir de forma missionária.

Do fruto das árvores produtivas saem as sementes da perpetuação do bem.

As responsabilidades afetivas são tratadas com respeito e misericórdia.

Tudo canalizando para a percepção de uma moral estranha que traz divisão para que surja a paz.

O chamamento ao despertar percute intensamente ao lembrar a candeia que deve gerar luz e avançar sobre as trevas.

Assim, quem busca acha e, ao se fazer instrumento das claridades espirituais que ninguém se arvore de profissional dos dons mediúnicos pois o que se recebe de graça, de graça deve ser doado.

Os pedidos por mais luz serão obtidos na medida em que o link com os pensamentos elevados se fizerem registrados em todas as intenções, online ou em off. O importante é entender que a cada qual será dado de acordo com suas obras. Para isso, nada melhor do que buscar o fortalecimento através da prece, instrumento e escudo para a esperança imorredoura em todas as dimensões da vida.

Quando Jesus diz: “Vinde a mim, todos vós que estais aflitos e sobrecarregados, que eu vos aliviarei (Mateus 11:28-30)”. Percebe-se que a iniciativa da criatura será buscá-lo, sair do lugar onde permanecia inerte, colocar-se a caminho. Essa a rota indicada pelo Evangelho Segundo o Espiritismo. A diagramação didática começa pelas citações bíblicas, se estende pelos comentários lógicos de Allan Kardec e culmina com a participação dos luminares de todos os tempos, através das Instruções dos Espíritos.Um conjunto portentoso de claridades espirituais. .

O projeto de O Evangelho Segundo o Espiritismo leva o homem experimentar abnegação – capacidade de se desprender de suas exigências – sentir o que ocorre com a criança quando ela partilha seus brinquedos: o coração bate alegremente, sua alma se rejubila de alegria e o corpo se sente mais vivo. Vive o desprendimento confere uma alegria sem igual.

É compensador saber que os Espíritos hoje esclarecidos foram, como nós, um dia, simples e ignorantes. São eles, pela própria vontade que se elevam passando de uma ordem inferior para outra mais elevada, em função de seu empenho nesse sentido. Também não retrogradam. Ficam apenas estacionários, quando perdem tempo e não fazem novas conquistas. Se aparentava bondade, certa elevação e de repente mostra-se o contrário do que aparentava, significa que mostrava uma falsa imagem. Não avançar, com tudo o que está sendo jorrado há 150 anos, por esta fonte de luz imperecível, é fazer-se tardio como o burro chucro que empacou na jornada.

Elzi Nascimento e Elzita Melo Quinta 
(Diário da Manhã)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Agradecemos a sua participação!