Oração de Natal

Rei Divino,

na palha singela, porque te fizeste criança, diante dos homens, quando podias ofuscá-los com a grandeza do Teu Reino?

Soberano da Eternidade,

porque estendeste braços pequerruchos e tenros aos pastores humildes, mendigando-lhes proteção, quando o próprio firmamento te saudava com uma estrela sublime, emoldurada de melodias celestes?

Certamente, vinhas ao encontro de nosso coração para libertá-lo.

Procuravas o asilo de nossa alma, para convertê-la em harpa nas Tuas mãos.

Preferias esmolar segurança e carinho, para que, em Te amando, de algum modo, na manjedoura esquecida, aprendêssemos a amar-nos uns aos outros.

Tornavas-Te pequenino para que a sombra do orgulho se desfizesse, em torno de nossos passos, e pedias compaixão, porque não nos buscavas por adornos do Teu carro de triunfo, como vassalos de Tua Glória, mas, sim, por amigos espontâneos de Tua causa e por tutelados de Tua bênção...

E modificaste assim, o destino das nações.

Colocaste o trabalho digno, onde a escravidão gerava a miséria, acendeste a claridade do perdão, onde a noite do ódio assegurava o império do crime, e ensinaste-nos a servir e a morrer, para que a vida se tornasse mais bela...

É por isso que, ajoelhados em espírito, recordando-Te o berço pobre, ofertamos-Te o coração...

Arranca-o, Senhor, da grade do nosso peito, enferrujado de egoísmo, e faze-o chorar de alegria, no deslumbramento de Tua luz!...

Conduze-nos, ainda, aos tesouros da humildade, para que o poder sem amor não nos enlouqueça a inteligência, e deixa-nos entoar o cântico dos pastores, quando repetia, em prantos jubilosos, a mensagem dos anjos:

- Glória a Deus nas Alturas, paz na Terra e boa vontade para com os homens!...

Meimei;
Médium: Francisco Cândido Xavier
Do livro: À Luz da Oração.


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