Santo Agostinho (354 - 430), conhecido também como Aurélio
Agostinho, Agostinho de Hipona ou São Agostinho, foi importante bispo,
teólogo e filósofo, reconhecido pelos católicos como Doutor da Igreja.
Ele nasceu na cidade de Tagaste, na Numídia, no dia 13 de novembro de 354, e cresceu no norte da África,
região colonizada pelos romanos. Ele era membro da burguesia, filho de
Patrício, pagão convertido no momento da morte, e da devotada cristã
Mônica, de quem herdou preciosos ensinamentos religiosos.
A caminho de Cartago, para completar sua educação, ingressou em um
caminho moralmente duvidoso, adotando o Maniqueísmo – doutrina que dava
existência concreta tanto ao bem quanto ao mal -, para compreender e
legitimar sua opção pela intensa sensualidade. Concluída sua formação,
fundou uma escola nesta mesma cidade, seguindo depois para Roma e Milão.
No ano de 386 ele abandonou de vez a pedagogia, ao completar trinta e
dois anos, por motivos de saúde e também por seus dilemas espirituais.
Neste momento ele abandona a filosofia maniqueísta e descobre o
neoplatonismo, através do qual começa a compreender a verdadeira
espiritualidade. Aos poucos ele deixa de lado a luxúria e, em setembro
deste mesmo ano, inicia sua conversão ao Cristianismo. Ele se isola
então em Milão, durante alguns meses, junto com a mãe, o filho e alguns
seguidores, abdicando do mundo, da profissão e do casamento. Um ano
depois, por influência e pelas mãos de Ambrósio de Milão, ele foi
batizado durante a Páscoa, e então voltou para sua terra natal,
instituindo aí um monastério, depois da morte da mãe e de dispor de
todos os seus bens.
Ele foi ordenado padre em 391, sagrado como bispo em 395, liderando a
Igreja de Hipona até sua morte. Seus sermões tornaram-se célebres –
atualmente preserva-se pelo menos 350 destes discursos, considerados
todos autênticos. Durante sua permanência à frente desta instituição
cristã, Santo Agostinho incentivou a repressão dos Donatistas – grupo
cristão considerado herético pelo Catolicismo – por meio do uso da
força.
Agostinho morreu em 430, no dia 28 de agosto, aos setenta e cinco anos, vítima da invasão de Hipona pelos vândalos.
O santo tem lugar de destaque na história da Igreja Católica,
reconhecido por sua profunda percepção e pelo seu temperamento
compreensivo, bem como por sua junção da natureza teórica da patrística –
ciência que se ocupa da doutrina dos Santos Padres e da história dessa
doutrina – grega com o teor prático da patrística latina. Sua ênfase
maior, porém, foi sempre nas questões da práxis moral: o mal, a
liberdade, a graça, a predestinação.
Parte de sua obra se dedica às especulações filosóficas, com destaque
para os diálogos, tais como Contra os acadêmicos, Da vida beata, Os
solilóquios, Sobre a imortalidade da alma, Sobre a quantidade da alma,
Sobre o mestre, Sobre a música; a outra é devotada à teologia, que
complementa sua filosofia, especialmente Da Verdadeira Religião, As
Confissões – sua obra mais conhecida -, A Cidade de Deus, Da Trindade,
Da Mentira.
Santo Agostinho teceu algumas considerações sobre os
judeus em sua obra, considerando aqueles que foram dispersos como
inimigos da Igreja, sendo assim submetidos a essa provação por seu
comportamento anterior com relação a Jesus, reforçando as profecias
bíblicas sobre a trajetória judaica na Terra. Alguns de seus argumentos
foram, infelizmente, usados tanto para estimular o antisemitismo, como
contra os próprios cristãos.
Fonte:http://www.infoescola.com/biografias/santo-agostinho/
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