Salmo 23

1 O SENHOR é o meu pastor, nada me faltará. 

2 Deitar-me faz em verdes pastos, guia-me mansamente a águas tranqüilas. 

3 Refrigera a minha alma; guia-me pelas veredas da justiça, por amor do seu nome. 

4 Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam. 

5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges a minha cabeça com óleo, o meu cálice transborda. 

6 Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida; e habitarei na casa do SENHOR por longos dias.

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O Salmo 23 (ou, pela numeração da Septuaginta, o Salmo 22) é atribuído ao Rei David, conforme a tradição judaica, David teria escrito este salmo quando estava cercado num oásis, à noite, por tropas de um rei inimigo, daí o Salmo inserir tamanha confiança na Providência Divina contra os inimigos. Na tradição católica, o salmo é rezado para afastar perigos e perseguições, sendo uma das orações mais poderosas. Alguns especialistas judaicos afirmam que há elementos cabalísticos em sua recitação em hebraico. É considerado o mais conhecido salmo bíblico.

David era o irmão mais novo, entre os numerosos filhos de Jessé. O pai escolheu-o para pastor. O jovem pastor David, segundo o relato bíblico do livro do profeta Samuel, quando inspirado por força divina, matava as feras para defender as ovelhas do seu rebanho. Daí a forte referência pastoril em "O Senhor é meu pastor". Existem várias referências ao pastor e às ovelhas na Bíblia, sendo interessante pensar nas condições e locais da época assim como as ferramentas do pastor:

águas de descanso - pequenas lagoas onde as ovelhas bebem água.

vara - usada para enfrentar e afugentar animais selvagens.

cajado – usado para puxar as pernas das ovelhas quando se prendem ou içá-las quando caem.

óleo – azeite usado para tratar os ferimentos das ovelhas.