A Força da Caridade

“A caridade sempre foi a força que me sustentou; tudo sempre valeu a pena, por causa dela... Quando ficava muito aborrecido comigo mesmo, com as minhas imperfeições e erros, procurava a periferia da cidade, visitando as favelas... Sempre encontrei na prática do bem a mensagem de consolação e o conforto espiritual de que me achava carente!” ( Chico Xavier, no Livro “O Evangelho de Chico Xavier”, de Carlos A. Baccelli).

Quando Jesus sentenciou, “ame teu próximo como a ti mesmo” ou quando ensinou que, “fora da caridade não há salvação”, estava informando a humanidade inteira como proceder para encontrar o conforto espiritual indispensável a todos nós.

Em realidade, se o nosso corpo reclama alimentação diária, para que possa prosseguir na sua jornada existencial, nosso espírito carece também de nutrientes que lhe garanta a sustentação, a força e o ânimo. O homem é composto de natureza material e espiritual, portanto não se equilibrará cuidando apenas de uma das partes, indispensável se torna manter corpo e espírito em pleno vigor.

Isso explica a razão de tantas criaturas procurarem por consultórios médicos , muitas vezes sem sucesso, pois que as causas dos descontroles orgânicos podem residir nos desajustes do Espírito. Os remédios socorrem o veículo físico, mas não resolvem os problemas da alma, que necessitam de tratamento específico, como preces, exercício da caridade e o hábito de fazer o bem.

O amor ao próximo, expressado nas formas mais variadas possíveis, conduz ao Espírito os elementos adequados ao devido equilíbrio das forças.

Quando Francisco de Assis afirmou “que é dando que se recebe”, naquele momento estava dizendo ao homem que quando ele faz o bem ao próximo, recebe dele, como gratidão manifestada expressamente ou não, um jato de força, um jorro de energia que alimenta suas fibras espirituais, fator de sustentação que se caracteriza como remédio reparador dos seus problemas íntimos.

Não desprezemos os recursos médicos que estão à nossa disposição, na Terra, mas imperioso se torna que saibamos também como encontrar os valores espirituais. A saúde do corpo e do Espírito mantém a criatura humana em total equilíbrio para que possa realizar sua tarefa na presente existência.

E, num relance, identificamos ao nosso lado o quanto podemos fazer pelos nossos irmão que seguem pela vida carregando uma infinidade de dores e aflitivos problemas. Ajudá-los na travessia do mar revolto do sofrimento, além de dever fraternal ainda identificamos uma fonte inesgotável de energia a fortalecer os nossos passos.

A visita a um doente, a distribuição de um prato de sopa, a confecção de um agasalho ou de um enxoval para recém-nascidos, a palavra de consolo, a frase de esperança endereçada a alguém, um gesto de carinho, um instante de prece, horas de folga trabalhadas em entidades assistenciais, a movimentação do boa vontade, o exercício da paciência são possibilidades que temos de angariarmos a simpatia do próximo e, por consequência, um bocado de energia e forças também. Ainda, estando preocupados com os problemas alheios vamos percebendo que os nossos não são os únicos, maiores e nem os mais difíceis.

Sem demora, saiamos então na direção daqueles que choram e lamentam seus quadros de dor. Eles estão nas favelas e nas mansões, nos bairros periféricos e nos núcleos habitacionais de melhor presença, pois o sofrimento campeia à solta em todos os setores da sociedade. Onde se encontra a criatura ali encontramos um grande e farto campo de trabalho, quando podemos exercitar o verdadeiro amor.

Cuidemos sim, do corpo, mas não olvidemos as necessidades do Espírito.

W. A. Cuin