O Cristianismo e a imortalidade

O Cristianismo é a religião da imortalidade. Sem ela não compreenderíamos a missão de Jesus e seu pensamento íntimo; nele vemos não só palavras, mas os exemplos que ele mesmo nos deu e que servem de alicerce para sua doutrina. 



Que seria do Cristianismo sem a ressurreição de seu fundador? Caso isso não ocorresse, teriam razão aqueles que não crêem no além túmulo. Jesus é a vida porque se manifesta vivo aos homens, para que os homens compreendam que o túmulo não é o fim. 

Jesus é a ressurreição. O Espírito permanece vivo e a morte não é mais que uma transformação para um estado melhor. Depois de ter se manifestado a Maria Madalena e as mulheres que estavam com ela, se manifesta pela terceira vez aos seus discípulos quando ocorreu a pesca maravilhosa (João -XXI, 1-14).

Este episódio serviu para melhor gravar na alma de seus discípulos a realidade absoluta da sobrevivência do Espírito, desintegrado de seu corpo mortal e na sua existência real de vida eterna. Tomé, chamado Dídimo, era um dos doze, e não estava com eles quando Jesus lhes apareceu e quando lhe contaram não acreditou. -“Se eu não vir, em suas mãos, o sinal dos cravos e não puser a minha mão no seu lado, de modo algum hei de crer”.

O amor de Jesus que excede a todo entendimento humano e no seu desejo de fazer crentes sinceros não mediu as exigências do apóstolo Tomé. Jesus completamente materializado torna-se visível e tangível a seu discípulo satisfazendo assim os imperiosos desejos que ele tinha de alicerçar a sua fé sobre provas positivas. Pois Tomé viu e acreditou. Outro exemplo que temos é
a conversão de Paulo, o fato mais culminante da vida do Cristianismo.

O brado de Damasco: “Saulo, Saulo, porque me persegues? Eu sou Jesus”. Esse é o brado da imortalidade e comunhão espírita que se repete hoje, pelo mundo todo chamando os homens ao caminho, à verdade, à vida. 

Paulo era dotado de grande saber, inteligente, teve a felicidade invejável de ser convertido à verdade pelo Espírito de Jesus Cristo que fez dele o seu vaso de honra para que levasse às nações a palavra de redenção. Todos os discípulos de Jesus receberam o ensino oral da divina doutrina durante a encarnação do Messias, só Paulo recebeu depois da desencarnação do Nazareno que o assistia em Espírito.

Parece claro e lógico que se fosse condenada por Deus a comunicação entre os dois planos, o visível e o invisível, Jesus, o representante divino não teria praticado essa lei que rege os dois mundos. Se for crime exercer esse ministério, como julgam erroneamente os teólogos das religiões sacerdotais, como também certos religiosos apresentadores de televisão, Jesus seria um infrator, um criminoso em vez de cumpridor da lei. 

Ele que é o exemplo vivo do caminho, da verdade e da vida; e ele que disse não passaria um til da lei sem que tudo fosse cumprido; precisamente, Ele infringiria a lei com essas aparições e manifestações? Se for crime manter relações com os que passaram para o além, criminosa será a comunicação do Cristo como também a dos santos cujas narrativas enchem as páginas da história.

O procedimento de Jesus ao dos sacerdotes das múltiplas igrejas esparsas pelo mundo que exigem uma fé cega nos seus dogmas, no entanto, Jesus procura demonstrar a verdade com fatos palpáveis, não exige a escravidão da razão, não corrompe os sentimentos, antes respeita e proclama o livre arbítrio de cada um, atributo este concedido à criatura para seu progresso moral, cientifico e religioso. 

O consentimento a Tomé serviu para prevenir à todos por certa forma que o Consolador, Espírito da Verdade, que Ele enviaria em nome do Pai, representado no Espiritismo, reproduziria a sua doutrina não só com palavras, mas com fator da mesma natureza por Ele produzidos.”Assim como eu fiz, fazei vós também, porque eu fiz para vos dar o exemplo”. 

No entanto, quantos sãos os que vêem, ouvem e sentem os fenômenos e as manifestações e não crêem. Ensinou mais o Mestre: “Que essa fé de ver para crer não era negada a ninguém, mas aqueles que acreditavam sem ver, já se achavam amadurecidos na crença, pois que já haviam observado fenômenos e não tinham mais necessidade de provas positivas. Por isso mesmo eram bem-aventurados”.

Fonte: Parábolas e Ensino de Jesus, Cairbar Schutel. 

FRATERLUZ - Fraternidade Espírita Luz do Cristianismo

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