Conselhos relativos à prática da mediunidade curadora

Allan Kardec, na "Revista Espírita" do mês de setembro de 1865, publicou uma carta de um espírita que pedia alguns conselhos relativos à prática da mediunidade curadora pela imposição das mãos.


Os conselhos de Allan Kardec não deveriam ser dirigidos apenas para ele que se ocupava dessa questão com ardor, empregando a fé em Deus e a prece, mas para os espíritas em geral.

Evidentemente, Allan Kardec não deixou passar essa oportunidade para ressaltar os princípios fundamentais da mediunidade curadora, consagrados pela sua experiência, a saber:

  • O conhecimento da mediunidade curadora é uma das conquistas que devemos ao Espiritismo;
  • A mediunidade curadora é, por si só, toda uma ciência, porque se liga ao Magnetismo, abarca as doenças propriamente ditas, e abrange todas as variedades tão numerosas e complexas, de obsessões, que também influem no organismo;
  • A mediunidade curadora é exercida pela ação direta do médium sobre o doente, com o auxílio de uma espécie de magnetização de fato, ou pelo pensamento;
  • O magnetizador magnetiza com o seu fluído pessoal; mas o médium curador magnetiza com o fluído dos bons Espíritos, ao qual serve de condutor;
  • O fluído produzido pelo homem é o magnetismo humano;
  • O fluído proveniente dos Espíritos é o magnetismo espiritual;
  • Os fluídos produzidos pelos homens e os fluídos produzidos pelos Espíritos têm uma grande diferença nas suas qualidades e nos seus efeitos;
  • O fluído humano está sempre mais ou menos impregnado de impurezas físicas e morais do Espírito encarnado;
  • O fluído dos bons Espíritos é necessariamente mais puro e, por isso mesmo, tem propriedades mais ativas, que acarretam uma cura mais pronta;
  • Todo médium curador verdadeiro tem a necessidade absoluta de trabalhar para a sua depuração espiritual, para o seu melhoramento moral, com vistas a não alterar as propriedades benéficas dos fluídos elaborados pelos bons Espíritos;
  • O fluído espiritual será tanto mais depurado e benfazejo quanto mais puro e desprendido da matéria for o Espírito que o fornece;
  • As qualidades morais do médium curador, isto é, a sua pureza de intenção e de sentimento, o seu desejo ardente e desinteressado de aliviar o seu semelhante, aliados à saúde do corpo, dão ao seu fluído um poder reparador que pode, em certos indivíduos, aproximar-se das qualidades do fluído espiritual;
  • O fluído espiritual, mais poderoso que o fluído humano, em razão de sua pureza, produz efeitos mais rápidos e, por vezes, quase instantâneos. Não pertencendo esse fluído ao magnetizador, resulta que a fadiga do médium curador é quase nula;
  • O Espírito pode agir diretamente, sem intermediário, sobre um indivíduo, como foi constatado em muitas ocasiões. Assim o Espírito pode aliviar e curar. Mas, a mediunidade curadora só existe quando um homem serve de intermediário para o Espírito;
  • O médium curador recebe o influxo fluídico de um Espírito, mas influi nesse ato;
  • Por isso mesmo, as qualidades morais do médium curador devem ser: a modéstia, a humildade, o devotamento e o desinteresse;
  • Na mediunidade curadora há, quase sempre, a ação simultânea do fluído espiritual e do fluído humano. A predominância de um ou de outro fluído torna a cura mais ou menos rápida;
  • Durante a ação do médium curador, os bons Espíritos que lhe vêm em ajuda, derramam sobre ele seu próprio fluído, que pode decuplicar ou centuplicar a ação do fluído puramente humano;
  • Os Espíritos se rendem à prece, se ela for fervorosa e sincera. Atraídos pela prece, os Espíritos usam a vontade para imprimir ao fluído espiritual ou humano, uma boa direção e uma energia maior. No homem de vontade enérgica, a corrente produzida tem o efeito de uma ducha;
  • A prece, que é um pensamento, quando fervorosa, ardente e feita com fé,produz o efeito de uma boa magnetização. Além disso,a prece chama o concurso dos bons Espíritos, que dirigem ao doente uma corrente fluídica salutar;
  • A possibilidade de suavizar certos sofrimentos e certas moléstias, mesmo de os curar, ainda que não instantaneamente, a todos, é dada, sem que haja necessidade do homem ser um magnetizador;
  • Como todos podem apelar aos bons Espíritos, orar e querer o bem do próximo, muitas vezes basta impor as mãos sobre a dor para a acalmar: é o que pode fazer qualquer um, se tiver fé, fervor, vontade e confiança em Deus;
  • A mediunidade curadora é uma aptidão que se desenvolve pelo exercício, sobretudo, pela prática do bem e da caridade;
  • A mediunidade curadora, empregada de forma racional, está intimamente ligada ao Espiritismo, porque usa essencialmente o concurso dos bons Espíritos. Os que não acreditam na existência dos Espíritos, nem na alma, nem na eficácia da prece, não se colocam nas condições exigidas para a prática da mediunidade curadora, que não pode ser exercida maquinalmente.
Allan Kardec, em seguida a estes ensinamentos valiosos sobre a mediunidade curadora , publicou um depoimento sobre uma cura extraordinária de uma fratura muito complicada, no antebraço, obtida através da magnetização espiritual, com a participação do Espírito Dr. Demeure e outros, exemplificando, mais uma vez, a ação curadora dos bons Espíritos.

Depois de publicar esse depoimento extenso, Allan Kardec fez as seguintes observações:
O Espírito dirige o fluído perispiritual com a sua vontade e modifica as propriedades desse fluído pela simples ação da vontade.

A cura da fratura foi produzida pela magnetização espiritual, pela ação do fluído emanado do próprio Espírito.
Esse fluído espiritual, embora etéreo, não deixa de ser matéria.

O Espírito pode impregnar e saturar, com esse fluído, todas as moléculas da parte doente do corpo material.
O Espírito pode modificar as propriedades desse fluído, dando-lhe uma virtude curativa adequada às necessidades.

O poder do fluído está na razão do número, da qualidade e da homogeneidade dos elementos que constituem o grupo de pessoas chamado a fornecer seu contingente fluídico.

Os fluídos ativam a secreção que deve produzir a soldadura dos ossos. Assim, este produz a cura mais rápida do que quando entregue a si mesma.

Fonte: http://www.ger.org.br/mediunidade/conselhos_relativos.htm

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