Atitudes curadoras

Invariavelmente, todos os que transitam por este mundo de provas e expiações, pelo menos em algum período da existência, estarão frente a dificuldades, materializadas através das dores físicas ou morais, das perdas, das quedas, dos conflitos, lutas e desafios vários.
            
Então, poderíamos perguntar, qual a melhor atitude diante desta realidade? Joanna de Ângelis1 nos aconselha: “Diante de qualquer alteração negativa, no ritmo da tua saúde, faze um balanço dos teus atos e busca o fator desencadeante do processo enfermiço. De imediato, propõe-te à higiene moral e mental abrindo-te ao amor, que gera saúde, e a confiança em Deus, que a sustenta, prosseguindo em harmonia durante o tratamento que se faça necessário.”

            Que bom se pudermos fazer um exame da nossa vida, questionando-nos sobre o que precisamos aprender com as experiências difíceis... Que lições a vida está tentando nos ensinar? O que precisamos modificar na nossa vida? Como nos relacionamos com Deus, com o próximo e conosco mesmo? Como é a nossa vida? O que estamos fazendo dessa preciosa oportunidade que recebemos para aprender e progredir?

            A partir das respostas, iniciemos a reformulação dos valores, crenças e atitudes. A começar pela renovação mental, vigiando os pensamentos deprimentes e negativos, fugindo do desânimo e da apatia. Sem lutar contra as idéias negativas que visitam nossa mente, assim estaremos reforçando-as. Por isso, é importante direcionar nossa atenção para coisas positivas, pela oração e pela leitura de obras edificantes; evitar as conversações, os programas, as músicas ou filmes deprimentes, pois eles estimulam e retro-alimentam as nossas más tendências; afastar-se dos vícios, dispensando cuidado especial para a maledicência, o egoísmo, o orgulho, a luxúria, a sexualidade desequilibrada; esse é o jejum proposto por Jesus. Essa a reforma primeira proposta pela Doutrina Espírita.

            Além da nossa reconstrução íntima, o processo de cura passa por uma outra etapa, também imprescindível: a prática da caridade, ou seja, a ajuda ao semelhante através do trabalho voluntário e das ações caridosas. Ajudando, estaremos sendo ajudados, pois, sempre que estivermos reunidos com o propósito de praticar o bem, os bons Espíritos estarão ao nosso lado, sustentando-nos e potencializando a nossa capacidade de servir. Pela caridade, o amor em ação, vamos nos libertando dos erros que cometemos. Pedro nos lembrou, há muitos séculos, que o amor cobre a multidão de pecados (1 Pd. 4,8).

            Para que tenhamos pleno êxito nos nossos propósitos novos, precisamos ter uma religiosidade. Não basta ter uma religião, precisamos viver de acordo com a crença que professamos. Além de acreditar em Deus, é necessário termos uma fé racional e operante, pois a nossa evolução espiritual não será edificada sem esforço, dedicação e perseverança.

            Pela prece vivenciada e sentida, meditando sobre as palavras pronunciadas, dispondo-nos a amar, a perdoar e a nos renovar, estaremos verdadeiramente nos comunicando com Deus, que nos atenderá, não fazendo a parcela que nos compete, mas fortalecendo a nossa força, a nossa coragem e a nossa fé, para que os méritos das conquistas e das vitórias sejam nossas.

            Acima de tudo, tenhamos a certeza de que todas as experiências, por mais dolorosas que possam se apresentar, foram estruturadas de acordo com as nossas necessidades evolutivas. A reencarnação ainda é para nós o remédio para a cura das enfermidades da alma. Quando tivermos vencido as nossas imperfeições não teremos mais que vivenciar as dores e os sofrimentos. Somente o amor nos moverá e a paz, a harmonia e a felicidade será o nosso estado normal e definitivo.                 

Cleto Brutes

1   FRANCO, Divaldo. Momentos de Iluminação. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. 2. ed. Salvador, BA: LEAL, 1994. p. 71.


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