Léon Tolstoi: O Homem e o Espírito

Autor de clássicos da literatura mundial, como "Guerra e Paz" e "Anna Karenina", o russo Léon Tolstoi completou no dia 9 de setembro de 2014, 186 anos de seu nascimento. 

Tolstoi, que se despediu da vida física aos 82 anos de idade, não guarda como ponto em comum com a Doutrina Espírita apenas o fato de ter desencarnado no mesmo ano em que nasceu Chico Xavier, 1910, embora desde cedo tenha manifestado profundo interesse por questões espirituais e o esforço por uma conduta de vida cristã. 

Por conta disso, suas ideias inspiraram, inclusive, um dos maiores pacifistas do mundo contemporâneo, Mahatma Gandhi, com quem trocou correspondência. Gandhi chegou, certa vez, a chamar Tolstoi de o maior "apóstolo da não violência". 

Mas foi como desencarnado que o consagrado escritor deu sua contribuição à divulgação do Espiritismo. 

Numa noite de junho de 1961, o Espírito Léon Tolstoi manifestou-se à médium Yvonne do Amaral Pereira (1900-1984). Disse a ela que desejava escrever por seu intermédio, mas que o faria com regionalismo russo, afirmando que Yvonne tivera uma existência na Rússia e que, assim, encontraria no seu subconsciente o cabedal necessário. Dito e feito. Seis meses após esse primeiro encontro, ele escreveu através da sua mediunidade "O Sonho de Rafaela", um conto que se passa em Piemonte, Itália. 

Posteriormente, ditou outros cinco contos e dois pequenos romances, que reunidos, formaram o livro "Ressurreição e Vida", parceria com o Espírito Charles e publicado em 1963 pela Federação Espírita Brasileira (FEB). Nesta obra, retransmite, primorosamente, ensinamentos sobre imortalidade, reencarnação, obsessão e o psiquismo humano. 

Em 1973 lançou, também pelo selo FEB e em parceria com Charles, outra obra. Intitulada "Sublimação", reúne quatro contos abordando temas como reencarnação, lei de causa e efeito, amor ao próximo e suicídio, um assunto bastante sensível ao autor. É por esse motivo, aliás, que esta publicação teve um valor tão especial para Tolstoi, como ele mesmo explica nas páginas iniciais do livro: 

"Há muitos anos, antes de abandonar à Terra os meus despojos carnais, prometi a Deus e a mim próprio escrever alguma coisa que combatesse o suicídio. Não me foi possível o cumprimento da promessa, até agora, visto que me escapavam argumentos e possibilidades com que demonstrasse a lógica do mal que ele, o suicídio, representa para a Humanidade. [...] 

Depois de longo tempo de uma expectativa paciente, consegui meios de iniciar a tentativa para o cumprimento da promessa feita, pelos menos no que tange à literatura. Se minha mente, engendrando suicídios literários que modelaram outros suicídios, envolveu-me nessa faixa atormentada, hoje, superando o desequilíbrio daí provindo, tentarei reconfortar corações frágeis, vacilantes nas horas difíceis das provações, assim afastando-os do pavoroso abismo." 

No dia de hoje, em sua página de apresentação, o Google homenageia Léon Tolstoi pela passagem do seu aniversário. E amanhã, dia 10 de setembro, o mundo irá celebrar o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. 

Fonte: boletimsei.blogspot.com.br




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