Ao contrário do que apontam alguns pessimistas de que hoje em dia ninguém se importa com ninguém, o número desses é muito baixo.
A maioria das pessoas se importa, sim, com os demais e auxilia, sem esperar recompensa, sem sequer dizer seus nomes e endereços para receber depois um muito obrigado.
Uma senhora contou que, após deixar o hospital, acompanhando seu marido, ela foi comprar os medicamentos que lhe tinham sido prescritos.
A dificuldade foi grande porque as farmácias da cidade não queriam aceitar o seu cheque, que era de outra cidade.
Quando ela contou ao médico o que havia acontecido, ele prontamente retirou o seu talão de cheques da pasta, assinou os cheques e disse: Isso não vai ser mais problema. Você me devolve quando puder.
Naquela hora, ela não se conteve: chorou de emoção. Afirmou que se lembrará daquele gesto para sempre. Tornaram-se amigos e ele continua sendo o médico da família.
Outra pessoa relatou que, todos os dias, às cinco horas da manhã, esperava o ônibus para o trabalho.
Certa manhã, quando estava no ponto aguardando a condução, uma moto estacionou na sua frente.
Era o motorista do ônibus avisando que a linha que ela estava acostumada pegar havia acabado. E, completou ela, ele percorreu todo o trajeto do ônibus, informando os passageiros sobre o fim daquela linha.
Isso se chama desprendimento, atenção, importar-se com o outro.
Finalmente, existe o relato daquele senhor que foi transferido da agência bancária, em que trabalhava, para uma cidade de Minas Gerais, chamada Passa Quatro.
Mudou-se com a mulher e os quatro filhos. Fizeram a viagem de carro, chegando na casa que haviam alugado ao mesmo tempo que o caminhão que trazia a mudança.
As crianças estavam com fome, choravam com saudades dos amigos que haviam ficado para trás.
A esposa não sabia se atendia os filhos ou se dava ordens para os homens que estavam descarregando a mudança.
Nessa hora, dona Ana se apresentou como sua vizinha, trazendo nas mãos uma bandeja com uma jarra de suco de laranja, biscoitos e sanduíches.
Não somente alimentou a todos, mas se prontificou a distrair as crianças, enquanto os pais arrumavam os móveis.
Foi essa acolhida carinhosa e alegre que trouxe excelentes consequências. O casal decidiu construir ali sua casa, e permaneceu na cidade, mesmo após a aposentadoria do pai de família.
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A gentileza existe e está em alta. Há um número muito maior de pessoas que estão atentas ao que acontece ao seu redor e dispostas ao auxílio do que possamos imaginar.
Se desejar engrossar esse número, é muito simples. Na próxima vez que for ao mercado olhe para os lados e observe se um idoso não está precisando de ajuda para descobrir o preço de alguma mercadoria.
Ou se uma mãe não está tendo alguma dificuldade com seu bebê.
Seja gentil: ajude a colocar as compras no carro, ceda sua vez no caixa, converse enquanto aguarda, acalme uma criança, sossegue alguém irritado com a demora da fila.
É isso que torna o nosso mundo melhor, a cada novo dia.
Redação do Momento Espirita, com base no artigo A gentileza de estranhos, de Seleções Reader's Digest, de novembro/2002.
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