Inegável que parte realmente significativa, para
não dizer a totalidade, dos "tarefeiros" das Casas Espíritas buscam
realizar as suas atividades imbuídos das melhores intenções possíveis.
Dedicando parte considerável das horas livres que poderiam estar sendo
destinadas ao lazer e/ou ao convívio familiar dão uma demonstração clara de que
um dos dois pilares de sustentação dos nossos males, qual seja o egoísmo, está
bastante enfraquecido, controlado, dominado.
No entanto, como nos ensinou o Mestre Jesus, orai e
vigiai e como nos ensinou o Espírito da Verdade em "O Evangelho Segundo o
Espiritismo" amai-vos e instruí-vos.
Não são poucos os relatos de tarefeiros que sofrem
ação direta dos nossos irmãozinhos que ainda estão no mal, pelo simples fato de
dedicarem-se a uma Casa Espírita e à tarefa redentora do bem. Qual o motivo?
Tentativa de barrar o progresso do bem, que insiste em auxiliar, em socorrer,
em amparar a todos os irmãos, indistintamente.
Mas se o pilar do "egoísmo" está
controlado, demonstrando sinais inquestionáveis de fraqueza, o mesmo, nem
sempre ocorre com o segundo pilar de nossos males, qual seja o
"orgulho". E é exatamente ai que o Pai em sua infinita sabedoria
permite, para o nosso próprio aprendizado que soframos a influência do mal.
Ele começa devagar, sorrateiro e vai pouco a pouco
tentando corroer, minar os nossos ideais de auxílio ao próximo das formas mais
simples. Quais?
Analisando cuidadosamente os nossos pensamentos, as
nossas fraquezas, as brechas que nós mesmos abrimos, vamos sendo lenta e
gradualmente atingidos por esse mal, sem nos darmos conta.
Ele se manifesta das mais diversas formas. Na
inveja de alguém, que por alguma razão acreditamos desenvolver alguma posição
de "destaque" na Casa Espírita", no melindre por comentários e
ações que acabamos por "levar a mal" de algum(uns) dos nossos
irmão(s) tarefeiro(s) da Casa, no anátema que nos permitimos lançar sobre alguém,
na desqualificação que praticamos contra algum dos nossos irmãos que queria
manifestar-se ou expressar suas ideias, nos maus pensamentos e tal como um
câncer vai realizando a sua metástase em nossa alma até atingir todos os seus
"órgãos" de maneira quase irreversível e incurável...
Resultado? Intrigas, desânimo, mal entendidos,
discussões, rompimentos, separações, conflitos quase irreversíveis, saídas ou
mudanças da Casa Espírita onde antes era o nosso paraíso na terra, mas que
agora só conseguimos enxergar o mal e as dificuldades.
Mas se tudo é oportunidade de aprendizado e se o
Pai não desampara nenhum dos seus filhos, os nossos irmãos do Plano Espiritual,
mensageiros do bem, estão ao nosso lado, nos intuindo, nos alertando, nos
demonstrando e até mesmo dizendo: "cuidado, vigiem os pensamentos que não
são de vocês..."
Cansados de sofrer, passamos de tarefeiros a
assistidos, recebemos o amparo e o auxilio do Plano Maior e extirpamos o câncer
por meio do esforço pessoal e intransferível de buscar a nossa reforma moral,
até a próxima armadilha que caberá simplesmente a nós mesmos decidir se vamos
querer ou não cair.
Orai e vigiai. Amai-vos e instruí-vos!
Ou como dizem os escoteiros "sempre alerta"!
Reflitamos!
Silney de Souza
Silney de Souza
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